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Coluna do CIEAM

Essa Copa é nossa !

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03/07/2014 13:12

Peço licença aos leitores para ocupar este espaço institucional e dar um testemunho de cunho pessoal sobre essa emoção única, popular e universal chamada futebol, um esporte que os índios de nossa terra já praticavam desde sua ocupação milenar do espaço amazônico. Como todos, incluindo os norte-americanos que usam a expressão para descrever um esporte estranho à compreensão geral, e que começam a se curvar aos fascínios da bola, sou um apaixonado pelo futebol, e muito particularmente pela disputa nas Copas do Mundo. A cada quatro anos as nações se deixam hipnotizar pela magia da bola e – certamente – nos quatro cantos do planeta o sentimento é o mesmo que declaro aqui, apaixonadamente, “poxa, como eu gosto de Copa do Mundo”. Meio bilhão de conexões trocadas numa das redes sociais é um atestado de que as pessoas além de acompanhar se empolgam em compartilhar a mesma emoção. É, disparado, o maior evento lúdico, litúrgico e fenomenal do Planeta!

Irmandade da Bola


Já tive a experiência de assistir a um jogo de Copa do Mundo, na Alemanha, em 2006, Brasil 2X0 Austrália, em Munique, e vivi uma sensação extraordinária. É estupendo vivenciar a energia de um jogo de Copa do Mundo, algo impressionante e indescritível, que irmana as pessoas, desperta a cumplicidade solidária de todos que fazemos parte desta confraria universal, a Irmandade da Bola. Pudesse o mundo compreender que essa energia poderia e deveria ser usada na pauta e catalisação do entendimento diplomático, teríamos apenas que enfrentar o dilema momentâneo do desemprego em massa da indústria bélica, a desarticulação das máquinas de guerra. Não cabe aqui, a propósito, ignorar o sentido das ondas de protestos por conta dos gastos exorbitantes, superfaturamentos, denúncia de nossas fragilidades, deficiências e omissões na Saúde, Educação, Moradia, mobilidade urbana e infraestrutura de comunicação, energia e transporte. Estas razões devem permanecer no radar de nossas preocupações e prioridades e temos que debater a partir delas a agenda de discussão com os futuros governantes e representação parlamentar. Temos, ainda, que reconhecer que poderíamos ter preparado um portfolio mais ousado de produtos típicos de nossa cultura, uma feira de exposições que simbolizassem nosso modo de empreender e gerar negócios e oportunidades na floresta, promover excursões mais organizadas para fidelizar os formadores de opinião e empreendedores que por aqui passaram. Era a nossa chance de tirar a Amazônia do imaginário universal e inseri-la no roteiro geral de negócios e turismo global. Passeios na gastronomia, na paisagem, na memória e – se as vias não estivessem tão esburacadas – no polo industrial, para mostrar que além do cipó, produzimos itens de alta tecnologia e, de quebra, é claro, o oxigênio de nossas matas para ajudar a manter o equilíbrio climático da Terra.

Orgulho e gratidão


Ver os japoneses entrar nos estádios com sacos de lixo para recolher, após as partidas, fosse qual fosse o resultado, os resíduos deixados no espetáculo é uma das lições e espetacular reflexão da potencialidade dessa Irmandade poderosa. Os turistas que vieram a Manaus se depararam com uma população hospitaleira, generosa, capaz de se comunicar com a linguagem da afetividade baré, este carinho fraterno que nos descreve com especial destaque, para a comunhão festiva que a FIFA reconheceu. Sim, somos capazes de receber, organizar, mobilizar profissionais, cidadãos voluntários, munidos de sinceros propósitos de promover a integração e confraternização da Irmandade da Bola. E é razão de orgulho e vaidade cívica de acolher os esportistas do mundo inteiro nesta Arena Amazônia tão linda, a mais charmosa do país, pela arquitetura e pelo acolhimento de nossa hospitalidade amazonense. Recebemos nesse quesito Nota 10, e de quebra oferecemos uma organização sem tumulto. Os voluntários se constituíram num espetáculo à parte, pela empatia, simpatia e competência, ao lado da Polícia que emprestou sentimento de segurança que há muito não sentia em eventos coletivos. Assim como muita gente, fiz questão de cumprimentar aos voluntários e policiais que encontrei, para quem aqui compartilho o agradecimento e a vaidade amazonense.

Com reconhecimento e respeito


E é sobre este clima de troca: de gentilezas, passes e afagos, que traduzem o espírito da Copa, que precisamos meditar. Nossa parte fizemos com maestria, sem perder o humor do sorriso e o orgulho estampado no modo de ser amazonenses, amazônico, brasileiro e universal, na interação alegre com ingleses, italianos, suíços, croatas, norte-americanos e lusitanos, milhares de esportistas de todas as partes do mundo que levam e deixam saudades. É claro que poderíamos ter tirado melhor proveito, com melhor planejamento e cumprimento das promessas originais. A população, alvo das mais justas felicitações, merece ser melhor tratada, não pelos turistas que recebemos, mas pelos governantes que temos, para poder cantar “Eu sou Brasileiro e Amazonense, com muito orgulho e muito amor!” e que esta Copa do respeito e do reconhecimento geral, é nossa !!!
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Hoje extraordinariamente escrita por Wilson Périco – Presidente do Cieam: cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 03.07.2014

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