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Coluna do CIEAM

Ensaios da diversificação e interiorização

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02/07/2014 14:10

Quem chega a Itacoatiara, pela Rodovia AM-010, em Itacoatiara, a 230 quilômetros de Manaus, se depara à margem esquerda, com 12000 hectares de cultura extensiva de castanha-do-pará, a Bertholletia excelsa, com um milhão e trezentas mil árvores enxertadas em fase de produção de frutos, sendo um milhão de árvores para produção de madeira, além de 600.000 palmeiras sem espinho, em fase de produção de palmito. À margem direita, o plantio de 1 milhão de sumaúmas espera, impune e inocente, a liberação da política ambiental para abastecer a indústria local de laminados de madeira, onde 4 mil empregos foram perdidos pelo preservacionismo vesgo da intocabilidade desta política imobilista que trata as árvores como a Índia trata suas vacas. O programa de cultura extensiva da castanha da Agropecuária Aruanã, do visionário Sergio Vergueiro, assim como o da Companhia Brasileira de Plantações, de Cosme Ferreira, são ousadias do empreendedorismo amazônico para uma silvicultura inteligente, que agrega inovação tecnológica com a generosidade biótica da Hileia. E Itacoatiara é, dos biomas amazônicos, o mais adequado para bioprospecção de negócios, pela variedade e generosidade genética que deixou atarantado o irmão do Marquês de Pombal, Mendonça Furtado. Ele descortinou a bonança da geo e biodiversidade da Hileia monumental. Por isso, ali estão sediadas há décadas unidades do SENAI, da UFAM e mais recentemente da UEA, além da Embrapa, por visão e insistência de Moysés Israel, um dos pioneiros do empreendedorismo da sustentabilidade, que doou glebas e energia para qualificar trabalhadores na Silvicultura regional.
 
Matrizes atraentes

Além de castanha e pupunha, mercados que vão demandar uma infraestrutura logística que se redimensiona, e da madeira branca para laminados, para a indústria da silvicultura de um município que já teve um polo moveleiro, e tem graduação em Engenharia Florestal, Itacoatiara – se atrelada à agroeconomia dos municípios vizinhos – tem o polo de citricultura, com o abacaxi mais adocicado do planeta, de fibras vegetais, de café, cana, feijão, guaraná, aquicultura, borracha e estrutura estratégica para os negócios que a Embrapa denomina de agrossilvopastoris, com um potencial de utilização de imensas glebas abandonadas e degradadas por projetos que não contaram com investimentos públicos ou créditos de fomento. Na Amazônia estima-se que existem 60 milhões de hectares desmatados, sendo que 25% estão degradados ou em processo de degradação. A ocupação destas áreas para o estabelecimento de plantios florestais representaria um incremento de mais de 100% no total de áreas de florestas plantadas em todo o Brasil. Enquanto a prorrogação da ZFM por mais 50 anos sugere novas matrizes econômicas, Itacoatiara, na ilharga da Região Metropolitana de Manaus, sugere robustas indicações.
 
Direitos sem deveres

O Portal Consultor Jurídico publicou nesta segunda-feira, dia 29, uma entrevista com o advogado Ives Gandra Martins. Velho conhecido das batalhas jurídicas da Zona Franca de Manaus, ele manifesta um conjunto robusto de reflexões, onde alerta que o poder público não tem obrigações, só direitos. Situação inversa à dos cidadãos. Ícone da defesa da livre iniciativa, defensor ferrenho do capitalismo e adversário feroz do esquerdismo em qualquer tonalidade, Ives Gandra surpreendeu a opinião pública ao criticar publicamente e com eloquência o ‘justiçamento’ dos acusados no mensalão – segundo ele, um conjunto de deliberações movidas e turbinadas pelo clamor público, sem nexo com a doutrina e a jurisprudência. Mas essa tangência eventual com o PT não passa de um ponto fora da curva no universo das ideias desse jurisconsulto.  Ele lembra que nos Estados Unidos, o presidente Obama – segundo o Torquato Jardim, ex-ministro do TSE – tem 200 cargos em comissão. Outros dizem que um pouco mais. Todos os demais funcionários públicos federais são concursados. No Brasil, com um PIB sete vezes menor, a Presidente Dilma tem 22 mil comissionados. E também um alto índice de corrupção, concussão e peculato que se concentra basicamente entre os cargos em comissão, também chamados de “cargos de confiança”. Confira a entrevista: http://www.conjur.com.br/2014-jun-29/entrevista-ives-gandra-silva-martins-advogado-tributarista.
 
Vira Vida !

Com a presença do presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, e do presidente do Sistema FIEAM, Antônio Silva, o Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas) promove, na próxima quinta-feira (3), às 19 horas, formatura da primeira turma do Programa Vira Vida, no Salão de Festas do Clube do Trabalhador SESI, 7399, localizado na Avenida Alameda Cosme e Ferreira, São José 1. Na ocasião, Jair Meneguelli entregará os certificados aos 43 formandos dos cursos de imagem pessoal e gestão de logística através do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC Amazonas) e auxiliar administrativo pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas). Até o final de setembro, o Programa Vira Vida pretende formar mais 46 jovens pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com os cursos de confeitaria e operador de micro, e pelo SENAC, com gestão e logística.
 
Capital humano

O programa é uma iniciativa do Conselho Nacional do SESI com o objetivo de promover a transformação social e desenvolvimento humano para adolescentes e jovens em situação de exploração sexual. No Amazonas o programa foi lançado em 2013, com 113 jovens. O SESI Amazonas conta com a parceria de empresas públicas e privadas na inclusão no trabalho como o SEBRAE Amazonas, Instituto Euvaldo Lodi (IEL Amazonas), Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Lanchonete Bob’s e Replásticos Indústria e Comércio Ltda. No encerramento da formatura, o SESI realizará um baile de máscara com a participação dos formandos do Programa Vira Vida, e coquetel.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes.  cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 02.07.2014

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