18/09/2014 13:57
A ação política e empresarial
A importância dos debates ficou simbolizada na entrega de uma Agenda política, redigida pelo conjunto da Ação Empresarial, cujo ponto de partida é apontar e debater o futuro do modelo ZFM após a prorrogação de mais 50 anos, após 2023, ou seja, para os próximos 59 anos. A ação política do setor produtivo remete a uma grande responsabilidade, transparente e compartilhada, à luz das proposições para a consolidação, diversificação e regionalização da Zona Franca de Manaus. Essa partilha significa uma revisão imediata do relacionamento entre o poder público e o setor produtivo, a partir do que deverão ser definidos mais claramente deveres e direitos, tarefas e acordos de ações proativas que competem a cada um. No debate, a propósito dos buracos, a questão foi abordada com todos os candidatos, detidamente, e foi unânime e público o compromisso. Entre as prioridades e premissas da abordagem empresarial, ficaram consignadas três questões: 1. Revitalização institucional e recomposição legal da Suframa; 2. Reestruturação de todos os conselhos que acompanham ou deveriam acompanhar fundos e contribuições das empresas para o poder público e 3. Assegurar mecanismos de reinvestimento de 3% do apurado nas contribuições das empresas do Polo Industrial de Manaus para os gargalos de infraestrutura.
Novos pilares
É digno e justo, do ponto de vista das entidades, reconhecer o papel das representações políticas para assegurar a prorrogação dos incentivos que dão suporte ao modelo ZFM, uma conquista construída pelo suor de trabalhadores e pela aposta de investidores. Todos, porém, temos inteira responsabilidade em criar novas saídas para o modelo. É temerário e inconsequente que o Estado do Amazonas tenha apenas um único pilar de sustentação socioeconômica, fincado no Polo Industrial de Manaus. Um pilar praticamente estribado em dois grandes segmentos, o polo de duas rodas e polo eletroeletrônico, aqui somando os bens de informática. Os indicadores da economia para os dois polos traduzem ociosidade de mão-de-obra e redução dramática nas vendas de duas rodas e estoques abarrotados no segmento de eletrônicos, com perda de quase 5 mil postos de trabalho em pleno agosto. Os 3% para os gargalos visam dar competitividade aos diversos polos e ampliar o olhar empreendedor na direção das potencialidades da região, tanto na biodiversidade, como nos minérios e minerais, insumos para produtos farmacêuticos e cosméticos, piscicultura, fruticultura, insumos agrícolas, turismo. Com a prorrogação do modelo ZFM, o Estado não pode correr o risco nem se permitir o luxo de continuar refém de apenas uma pilastra econômica, daí a insistência e a urgência no desenvolvimento de novas matrizes econômicas focando nas potencialidades do interior.
Sínteses e recomendações
Reunidos no dia 5 de agosto de 2013, em Manaus, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas - FIEAM, sob a coordenação de CIEAM/FIEAM, 70 participantes de instituições de ensino, pesquisa e empresas públicas e privadas, entidades de classe, debateram questões amazônicas durante o Seminário sobre o Futuro da região, à luz das lições dos Pioneiros e Empreendedores do Brasil e do Estado do Amazonas, tema da Mostra realizada pela USP, Ministério da Cultura, Museu Nacional e o Governo do Amazonas, com apoio da Bemol e FIEAM/CIEAM. Estas entidades organizaram o debate com o objetivo identificar os fatores que favorecem e inibem o empreendedorismo e buscou priorizar ações indutoras do empreendedorismo no Amazonas, com a intenção de sensibilizar os sistemas de educação, de inovação e de apoio ao empreendedorismo e pensar saídas. Em dezembro próximo, numa nova reunião, serão debatidas, revistas e ampliadas as Sínteses e Recomendações do ano passado, para apresentar, à luz dos debates com os candidatos um conjunto de proposições e condições de viabilidade para a ZFM nos próximos 59 anos.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br