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Coluna do CIEAM

Cuidar do Brasil

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19/05/2016 17:49

Por Wilson Périco

O que significa cuidar de alguém? Na origem latina, diz o Aurélio, cogitare, cuidar é a ação de tratar ou zelar de algo ou alguém, preocupar-se com ou assumir a responsabilidade de. Os gregos, porém, ajudam a melhor descrever o sentido que nos parece aqui fundamental, com o termo therapeo, que significa “eu cuido”. Na Grécia antiga, o therapeuter era aquele que se colocava próximo ao doente e compartilhava a experiência da doença, os sintomas da enfermidade, para compreendê-la e, então, mobilizar seus conhecimentos para curar a pessoa. O enfermo hoje é o Brasil. Precisamos resgatar o cuidado com a coisa pública, vivenciar os sintomas, entender as razões da doença e promover a cura definitiva do país.

Como terapeutas, a exemplo do cuidado grego, devemos olhar a integralidade da vida do doente. O Brasil sempre foi um país forte, pujante, com todos os requisitos de se consolidar como nação da prosperidade, tanto econômica, como social e cultural/educacional. Como terapeutas, cada um de nós tem que se inclinar para ouvir, sentir, examinar os sintomas. Só assim, iremos respeitar e assimilar o sofrimento do Brasil. Só assim saberemos o melhor dos remédios, das soluções para as questões que afligem este país. Urge recuperar emergencialmente essa perspectiva. Sem otimismo ingênuo, mas com determinação operativa devemos fazer das mudanças na condução política, a mobilização cívica para identificar e promover a adoção dos ingredientes para cura deste paciente fragilizado. São medidas fortes que implicam na gestão competente dos recursos públicos e drástica redução nos gastos eleitoreiros, que humilham o cidadão e lhe tiram a oportunidade de assumir a condução da própria história. Impõe-se, ao mesmo tempo, uma terapêutica radical na correção das deficiências de infraestrutura e da qualificação dos recursos humanos, pois estes são os pilares vitais e prioritários da ponte para o futuro.

Com infraestrutura de transporte, energia barata e limpa, e comunicação nos padrões de custos internacionais, e investimento em ciência, tecnologia e inovação, poderemos credenciar o país em outros patamares de manufatura na arena da nanotecnologia e biotecnologia e serviços relacionados – ao lado e além do agrobusiness. Assim, podemos assegurar a saúde deste gigante, permitir-lhe caminhar de modo coerente com sua vocação de modernidade e prosperidade.

Precisamos, entretanto, de superantibiótico para eliminar a superbactéria da demagogia e da corrupção e assegurar que todo o recurso e riquezas geradas no Brasil sejam investidos aqui! Isso não significa virar as costas para a solidariedade entre os povos. Ocorre que o paciente não está em Cuba ou na Venezuela, o tratamento para a saúde do país deve ser ministrado dentro do país. Precisamos gerar empregos no Brasil, não em Cuba, na Venezuela ou em países do Continente Africano, desculpas esfarrapadas para promover contravenções e dilapidação dos recursos públicos. É preciso continuar apostando no resguardo das instituições, no respeito aos estatutos legais e constitucionais, particularmente, aos que regem o modelo ZFM, descumpridos sistematicamente nos últimos anos, através do confisco dos recursos destinados a região, e da desarticulação entre os entes federais aqui atuantes. Resta-nos, por fim, redobrar a vigilância para os procedimentos em curso, para monitorar a transformação dos propósitos assumidos publicamente em indicadores de pronto restabelecimento do Brasil.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Nesta edição escrita por Wilson Périco - Presidente. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 19.05.2016

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