05/07/2018 08:37
Na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Estratégico e Sustentável de Manaus, CODESE, no Auditório do SESI SEENAI, seu presidente, o empresário Antônio Azevedo, enfatizou três aspectos que permeiam as linhas de ação do Conselho neste momento: Geração de emprego, enfoque especial da qualificação dos recursos humanos – Educação – e a utilização sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Nossa matriz econômica já está escrita nas estrelas, nos corações e mentes dos empreendedores e investidores e das políticas públicas, onde ainda precisam de detalhamento e fortalecimento de propósitos e investimentos. Dessa vez, o Conselho traz a figura de Maurício Pinheiro Fleury Curado, para apresentar “Brasil 2035 – Cenários para o Desenvolvimento”, um trabalho do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas, sob sua coordenação. “Que caminho o Brasil poderá trilhar até 2035 para que tenhamos um país desenvolvido, com uma sociedade mais livre, justa e solidária em 2100?” Essa foi a pergunta, segundo o professor Curado, que orientou a condução do Projeto Brasil 2035, e que teve como objetivo principal construir cenários para o Brasil que servissem de subsídio para o debate e a formulação de estratégias de longo prazo para o país, tendo 2035 como horizonte temporal.
Que prioridades escolhemos para nosso futuro?
O trabalho já tem dois anos, mas as questões são antigas e sempre novas. “O que aconteceria se mudássemos o sistema presidencialista no Brasil? Que saltos poderíamos dar com a ajuda das tecnologias de informação e comunicação? O que seria necessário? A bioeconomia será a nova fronteira para a competência agrícola brasileira? É possível reverter problemas como segurança pública, qualidade da educação, altas taxas de juros e um sistema tributário e legal que penaliza o processo produtivo?” Quando seremos capazes de superar a fragmentação da sociedade brasileira, entre outras questões levantadas, analisadas e debatidas durante o debate sobre o Projeto Brasil 2035; no livro, distribuído generosamente, e disponível na web, e por meio das estórias contadas nos cenários fictícios de “Vai levando”, “Crescer é o lema”. Estes são dois dos quatro eixos da publicação: Construção; Vai levando; Novo pacto social e Crescer é o lema. Para nós, do Amazonas, se faz presente um Novo pacto social e Construção. Além de Manaus, a cidade que queremos daqui a 2 décadas, pelo menos, as questões se remetem ao Amazonas e suas relações com os estados Amazônicos, com quem essa parceria institucional exige mobilização. O debate em relação ao futuro nos empurra a refletir sobre a necessidade de se pensar o longo prazo e fazer escolhas. A presença do IPEA e um de seus mais habilitados consultores nos convida a promover, em clima de renovação das representações políticas, um debate sobre quais são essas escolhas prioritárias.
Construção, Vai levando, Novo pacto social e Crescer é o lema
Esses são os eixos, conduzidos numa linguagem direta, plena de imagens de uma narrativa que conta estórias para construir a nova História de que precisamos para entender e achar o fio da meada neste momento de transição, extremamente turbulento e incerto. “Alguns o chamam de sociedade da informação ou do conhecimento; outros apontam para uma quarta revolução industrial”. O fato é que olhamos em torno nesta realidade de uma economia incentivado e incompreendida em seus acertos, que descortina a falta de governança federal, a presença desarticulada dos órgãos federais na Amazônia e no Amazonas, sem compreensão das relações estabelecidas entre o setor produtivo e o poder público constituído. Um poder que gasta muito e gasta mal, prefere sustentar serviços públicos de qualidade sofrível a investir os recursos para empreender na direção de novas modulações econômicas. Isso sem falar na falta de transparência e partilha nas discussões das prioridades da aplicação de recursos públicos.
Transformar o planeta em morada digna para todos
Por outro lado, os avanços científicos e tecnológicos têm possibilitado maior longevidade e melhor qualidade de vida para muitos, em um mundo mais conectado e com um fluxo informacional nunca antes observado. O acesso à informação para geração de novos conhecimentos nunca foi tão intenso, o que alimenta um fluxo de inovação permanente. Novos materiais com base em nano e biotecnologia, novas fontes de energia, a internet das coisas, a inteligência artificial e ampliada, e as viagens interplanetárias sinalizam um novo mundo. O grande desafio é ampliar esses avanços a fim de tornar o mundo um melhor lugar para o maior número possível de pessoas.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 05/07/2018