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?CIEAM, o dedo na ferida política

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06/10/2016 11:30

O CIEAM, entidade que congrega as empresas instaladas no Amazonas, por seu estatuto, não interfere nem pode imiscuir-se em situações político-partidárias. Entretanto, como ator representativo da base econômica do Estado, não deixa de ser uma instituição absolutamente política no sentido literal e filosófico do termo, na medida em que atua para ajudar a ordenar a vida social da polis. Portanto, mesmo apartidária, o CIEAM tem um posicionamento muito claro sobre expectativas e proposições sobre o desempenho da classe política, neste momento mergulhada em inquietante conflito e confronto às vésperas de decidir o novo gestor municipal. E é neste contexto, que deixamos registrados os seguintes posicionamentos:

1. Assistimos ao encerramento do primeiro turno em clima de extrema perturbação política onde não couberam as priorizações esperada em torno da gestão dos problemas antigos e sempre adiados do modelo ZFM, o polo industrial, o comércio e a agricultura, que sintetizam a galinha dos ovos de ouro da base econômica do Amazonas e em especial de Manaus.

2. Como o novo gestor, que tem assento no Conselho de Administração da Suframa, vai brecar o jogo de empurra até aqui predominante no enfrentamento das abandonadas vias do polo industrial de Manaus. Precisamos cuidar daquilo que é nosso, o distrito Industrial é nosso, é da Cidade de Manaus e todos que por ali trafegam merecem esse respeito e cuidado, especialmente os trabalhadores e empreendedores, em torno da recuperação/revitalização daquela área.

3. E não vale dizer que ali é área federal, pois o ISS, ALVARÁ, IPTU e a Taxa de Iluminação Pública daquela parcela urbana representa mais da metade da arrecadação municipal. Como pode ser federal se a base municipal dos recursos depende da economia da ZFM ali fortemente produzida? Precisamos desse cuidado e recuperar a infraestrutura do Distrito Industrial pois isso representaria a atração de mais empresas, mais renda para aquelas já instaladas, que gastam até 9% de sua planilha de custos com as sequelas dos buracos.

4. São perturbadoras as notícias diárias do confronto político na medida em que este confronto tem deixado um rastro de estragos para a ZFM e para todo tecido social. Por este confronto de grupos, os gargalos de infraestrutura foram abandonados, pois parte significativa e determinante da classe política preferiu aderir ao poder central a cobrar-lhe a contrapartida da generosa contribuição deste modelo ao Brasil e aos cofres federais.

5. Por conta deste conflito inócuo e predatório, vimos os recursos da TSA e de P&D serem confiscados há mais de uma década numa estimativa anual de 80%. Verba para convênios com municípios, modernização e qualificação da Suframa, das instituições de pesquisa, dos municípios, da promoção de oportunidades que possam superar a necessidade da renúncia fiscal como redução das desigualdades regionais.

6. Por conta dessa desarticulação não adensamos a base parlamentar amazônica, como faz o Nordeste, que se une como atores aliançados na guerra que defende os interesses da região. Por isso não temos estrutura portuária competitiva, energia adequada e comunicação de dados e voz nos padrões internacionais. Confisco de verbas, o embargo dos PPBs, o descaso com a infraestrutura, enfim, o descaso geral com a ilegalidade reinante, fruto dessa beligerância infame, nada disso ocorreria, se predominasse o espírito público. Superar essas barreiras é a expectativa de empreendedores, colaboradores e, certamente, do cidadão.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br


Publicada no Jornal do Commercio do dia 06/10/2016

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