30/05/2025 07:58
“E esse novo normal não é um slogan — é um processo em transição. Um movimento criativo e um construtivo que não tem marcha ré. Nele, cada comissão é uma trincheira contra a estagnação. Cada reunião, um ensaio de futuro. E cada proposta, um compromisso com a floresta em pé, com o emprego preservado e com o Brasil que ainda pode dar certo”.
O novo normal do CIEAM não é uma abstração: é rotina. No fim de maio, dois eventos distintos — mas profundamente conectados ao espírito da entidade — ilustram o envolvimento contínuo e estratégico do Centro da Indústria do Estado do Amazonas com as grandes questões do desenvolvimento sustentável, da transição energética e da inovação industrial na Amazônia:
Um deles se refere à Transição Energética. A participação em debates sobre o papel do setor eletroeletrônico brasileiro na transição energética evidencia o compromisso com ações concretas. A Eletros, parceira histórica, reforça que o momento exige inovação e responsabilidade ambiental, com foco na produção nacional. A mensagem é clara:
“É hora de alinhar desenvolvimento e responsabilidade ambiental com ações práticas — e não só discursos.”
Jorge Nascimento
Outro evento, FITEA e o Fomento à Inovação, do MCTI/Embrapi sobre financiamento para inovação, bioeconomia, mineração e tecnologia, ilustra o escopo do CIEAM. São eventos que colocam a indústria da Amazônia como polo de soluções e não como passivo climático. A programação discutiu desde tributação e diversidade na mineração até o papel das cidades amazônicas no futuro sustentável do país, conectando ciência, investimento e governança.
Essas frentes mostram o que os associados do CIEAM já perceberam: a entidade vive uma transição histórica. Trabalha para proteger não apenas a floresta que os acolhe, mas a força de trabalho e o ambiente social que a indústria ajuda a moldar todos os dias. É por isso que o CIEAM passou a ser chamado de “nosso” — uma casa de ideias, articulações e estratégias a serviço de uma Amazônia possível e próspera.
Na Amazônia, as transições não seguem manuais, cronogramas ou convenções. Elas se fazem na travessia. E poucas instituições representam tão bem essa travessia quanto o CIEAM, que há quase cinco décadas vem consolidando, no chão da floresta, um dos mais arrojados experimentos de desenvolvimento regional do Brasil. Uma obra coletiva que os associados, cada vez mais, passaram a chamar de sua.
As Comissões Temáticas — verdadeiros laboratórios de ação estratégica — estão no centro dessa virada. ESG, bioeconomia, energia, educação, tecnologia, tributos, sustentabilidade, inovação, logística…Todas, sem exceção, avançaram, se fortaleceram e começaram a irradiar novos sentidos para a atuação do Polo Industrial de Manaus. Uma indústria que passou a olhar para si com o mesmo rigor com que olha o mundo: exigente, transformador, urgente.
Esse movimento não nasceu de decretos, mas da necessidade. As transições são muitas. A transição energética é apenas uma delas — vital, estrutural e desafiadora —, mas faz parte de um conjunto mais amplo que redireciona os rumos do fazer industrial na Amazônia.
Uma transição fabril, que coloca na balança não apenas insumos e produtos, mas também propósitos e impactos. Uma transição ambiental, que reconhece a floresta não como obstáculo, mas como solução. Uma transição humana, que reabilita o valor do trabalho, da cidadania e da coesão social. E uma transição institucional, em que entidades como o CIEAM deixam de ser apenas defensoras da Zona Franca para se tornarem plataformas de inteligência coletiva e de reinvenção da economia amazônica.
A Zona Franca de Manaus foi — e ainda é — o maior acerto fiscal da história da redução das desigualdades regionais da República. Mas para que continue sendo, é preciso assumir que o futuro não se defenderá com as armas do passado. O diferencial competitivo da Amazônia não está apenas nos incentivos, mas na capacidade de inovar com raízes, produzir com sentido, prosperar com limites e regenerar com justiça.
Por isso, o CIEAM vive um novo normal. E esse novo normal não é um slogan — é um processo em transição. Um movimento criativo e construtivo que não tem marcha ré. Nele, cada comissão é uma trincheira contra a estagnação. Cada reunião, um ensaio de futuro. E cada proposta, um compromisso com a floresta em pé, com o emprego preservado e com o Brasil que ainda pode dar certo — de dentro para fora, de baixo para cima, da Amazônia para o mundo.
O diferencial competitivo da Amazônia está em construção. E ele não será apenas ambiental ou econômico. Será, sobretudo, civilizatório.