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​CIEAM: estudar, debater, somar e resolver

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20/10/2023 14:32

Entrevista por Alfredo Lopes e Fabíola Abess

A Comissão de Logística e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) ao longo deste ano considerando as perspectivas relatadas pela meteorologia da vazante histórica dos rios do Amazonas iniciou uma série de discussões e debates para estudar a questão. Foram realizados vários seminários, colóquios e reuniões de trabalho para providenciar algumas medidas tomadas em mutirão para que a antecipação dos problemas ajudasse a tornar mais fácil os seus danos. Aplica-se a máxima do adágio popular de que prevenir é sempre melhor que remediar. A partir disso a entidade já está analisando a possibilidade de criação de um observatório de logística para estudar estes problemas ambientais e os demais desafios da infraestrutura de transportes do Polo Industrial de Manaus.

1) Os problemas da vazante estão em processo de equacionamento. Mas é possível já destacar suas lições. Quais você destacaria considerando a sazonalidade do fenômeno?

Augusto Cesar Rocha - Precisamos aprender as lições do evento. Há ações do governo, dos reguladores, dos armadores e das empresas. Há uma ação da sociedade.

2) Além da dragagem e balizamento dos rios, que outras medidas de infraestrutura você considera prioridade e o que fazer para antecipa-las?

Augusto Cesar Rocha - Deve haver um compromisso continuado de assegurar 11m de calado na seca extrema e 15m de calado no restante do ano em todo o rio Amazonas - Solimões - Negro. Devemos considerar o asfaltamento da BR-319 com as proteções ambientais. Precisamos de ações de contingência para o interior do Estado. Um plano pronto considerando a sazonalidade, sem emergências. É um evento sazonal e precisa ser tratado desta forma.

3) Temos conversado desde sempre sobre a importância desta aproximação institucional e operacional entre a economia, a academia, o setor público e privado. Qual desenho você faria para criar o Observatório de Logística Regional com objetivos, estudos, debates e proposição de saídas?

Augusto e Rocha - A ANA e o CPRM poderiam ter mais recursos para informações ainda mais precisas sobre a região. Precisamos de mais pontos de medida e mais tecnologia com planos de emergência para cada região, considerando níveis de alerta conforme progride a seca. Temos hoje o pior caso. Podemos planejar por ele. Este observatório deve ser feito o quanto antes. As instituições que estiveram envolvidas e juntas nestes dias podem se juntar para isso. Na nossa próxima reunião vamos reiterar este convite e informe da necessidade, afinal faz ao menos dois anos que falamos desta problemática da seca, dado o crescimento de participação da cabotagem.

4) Poderia ser criado um observatório ou algum tipo de iniciativa para evitar que esse problema volte a acontecer. Como podemos formular medidas para assegurar isso?

Augusto Cesar Rocha - Precisamos juntar os atores institucionais que estão lidando com a crise, Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Federação da Indústria do Estado do Amazonas (FIEAM), DNIT, Ministério dos Transportes, Antaq, Abac, Capitania dos Portos, CMPM, Agência Nacional da CPRM, Agência Nacional das Águas e essas entidades junto com Universidades ou outras entidades que sejam percebidos como relevantes devem montar um Comitê para estabelecer um plano de ação preventivo para que nunca mais o trânsito de navios seja interrompido. O custo para a sociedade é muito elevado, outra ação derivada desse Comitê junto com a Defesa Civil e o Governo do Estado do Amazonas é a criação de medidas para o interior do Estado do Amazonas, tratando essa condição como sazonal, evitando gastos em forma de emergência, permitindo que os gastos sejam feitos de maneira mais planejada, lembrando que é um evento que acontece três meses por ano, todos os anos e que os alertas que podem ser gerados a partir dos níveis do rio que tenha um novo aprendizado pelo pior caso histórico que nós temos. Eles deverão disparar planos de ação em cada uma das etapas predecessoras ao evento extremo, esse evento extremo deve ser motivo de aprendizado para evitar a recorrência destes problemas.

Alfredo Lopes é filósofo, consultor do CIEAM e editor-geral do portal BrasilAmazoniaAgora

Fabíola Abess é jornalista e assessora de imprensa do CIEAM

Fonte: Brasil Amazônia Agora

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