18/06/2015 11:55
Debate mais amplo
A decisão, portanto, de retomar essa promissora iniciativa transformada em anomalia institucional, remete à presença obrigatória das entidades que representam os mantenedores da investida, e padece de um debate mais amplo – em nome do estatuto constitucional e do bom senso – que inclua a recuperação da autonomia da Suframa e a aplicação, na Amazônia Ocidental dos recursos aqui gerados por suas taxas de serviços, para pesquisa e desenvolvimento como manda a Lei. As informações sobre a transferência do CBA para o Inmetro, como a saída encontrada para este enigma da burocracia federal em que foi transformado o Centro, tomaram de surpresa as representações institucionais das empresas. Como credenciar e conferir credibilidade para o CBA – perguntar não ofende – uma estrutura de pesquisa focada em resultados na perspectiva do desenvolvimento com um órgão da burocracia do governo federal cuja missão é "…executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade, cuidar da observância das normas técnicas e legais etc….". É essa a solução de algibeira que mais uma vez exclui os principais atores do cenário institucional? Qual é o foco principal do INMETRO? Basta ver sua Missão.
Coerência proativa
Nenhuma entidade do setor produtivo foi consultada, apesar de demandas objetivas do Polo Industrial de Manaus por insumos regionais que, através de ferramentas de inovação tecnológica, possam integrar, adensar, diversificar e regionalizar as atividades de P&D por toda a Amazônia Ocidental. Em nome da transparência, eficácia e coerência, temos responsabilidade e direito adquirido, através dos Conselhos e Comitês que pararam de funcionar, de acompanhar e sugerir o uso dos recursos recolhidos para interiorizar a economia através de NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS. Hoje o Estado, com uma economia que encolhe assustadoramente desde agosto, acordou para a necessidade de fomentar essas matrizes, muitas delas já em andamento, com o fomento de micro e pequenas empresas feito pela Agência de Fomento do Amazonas, AFEAM, que trabalha com 10% apenas do montante pago pela indústria para interiorizar o Desenvolvimento, senhor Ministro! Por que não perguntar, também, ao Estado sua expectativa e proposição? Há dois anos, o Centro da Indústria propôs, através de ofício, a transferência do CBA para a Embrapa, um orgulho nacional, com quase meio século na gestão de bionegócios e agronegócio. Propusemos, na mesma data, nesse contexto dos novos caminhos, a revisão dos critérios das verbas de P&D. Tanto a sugestão, como a proposição, jamais tiveram resposta. Essa participação no Conselho Curador está sendo construída com a Universidade do Estado do Amazonas, numa parceria em que as entidades da indústria estão empenhadas em assegurar que seus recursos, mais do que para obras como pontes e estádios, sejam priorizadas para qualificar os recursos humanos de que precisamos para promover a virada de que tato precisamos. Voltaremos.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 18.06.2015