CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Coluna do CIEAM

CBA, a hora da decisão!

  1. Principal
  2. Coluna do CIEAM

05/02/2014 11:55

Em nota distribuída à imprensa, em janeiro último, o CIEAM, mais uma vez, tornou pública sua recomendação de conferir à Embrapa a gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia. A sugestão da transferência se baseia na utilização da experiência de 41 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária na área de bionegócios. Um documento elaborado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), a partir do respaldo de 35 instituições, entidades e empresas, relacionados ao agro e bionegócios, pesquisa e extensão, reunidas em Manaus, na sede da Federação das Indústrias em agosto de 2013, será enfim, encaminhado às autoridades que hoje disputam o controle do CBA, os ministérios do Desenvolvimento, onde se aloca a Suframa, Ciência, Tecnologia e Inovação, e Meio Ambiente. As empresas do Polo Industrial de Manaus, cujas taxas administrativas recolhidas junto à Suframa financiaram o projeto CBA, entendem a premência e defendem a necessidade do fortalecimento da bioindústria local. O empreendimento, estima-se, já consumiu em torno de R$ 100 milhões e pertence à sociedade. Não faz sentido adiar mais ainda sua definição gerencial.  

Gestão participativa

Assim, no entendimento do CIEAM,  no dia seguinte à transferência, com acompanhamento e suporte de instituições locais e regionais, o equacionamento jurídico já contaria com os subsídios técnicos e conhecimento científico existentes na Embrapa para alavancar seu potencial de pesquisa e desenvolvimento de projetos em fármacos, cosméticos e segurança alimentar. Esse acompanhamento incluiria, sugestivamente, a Universidade do Estado do Amazonas, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, a própria Universidade Federal, Ufam, além de outras instituições que dominam tecnologias relacionadas aos objetivos do CBA, além da representação das entidades do setor produtivo. A recomendação tem recebido apoio das diversas entidades de classe locais e deverá ser protocolado nos Ministérios que detêm o projeto do CBA. Com a transferência para a Embrapa, a gestão do órgão deixaria de ser atribuição da Suframa, cuja atuação e especialização são incompatíveis com os objetivos do CBA.

Novas matrizes econômicas

“A Embrapa é uma instituição consolidada, que pode contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento de novas matrizes econômicas da Amazônia, diante da biodiversidade local, a ser explorada de forma organizada e racional”, afirma Wilson Périco, presidente do CIEAM. Com menos de 30% de sua estrutura em funcionamento, e sem um modelo de gestão definido, o CBA não possui registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentro do seu escopo, destaca-se o desenvolvimento de incubadora de empresas, atualmente com empreendimentos tímidos sem definição dos desdobramentos. Inaugurado em 2002, o CBA se tornou a esperança para o desenvolvimento da bioindústria regional, com a realização de pesquisas para a formação de novas cadeias produtiva, mostrando ao mundo as riquezas da floresta, de forma legal e organizada, sem danos ao meio ambiente e ao País. Desde a sua criação, a entidade recebeu mais de R$ 9o milhões de investimentos, exclusivamente das verbas da Suframa, limitando a sua atuação.   

Biotecnologia e oportunidades

Entre os principais objetivos do CBA, destaca-se o incentivo ao desenvolvimento local de produtos, processos e serviços biotecnológicos, nas áreas de saúde humana, agronegócio e industrial, visando sua comercialização e inserção em cadeias produtivas nacionais e globais. Também promove o conhecimento da biodiversidade amazônica, associado às tecnologias necessárias ao seu aproveitamento econômico, agregando valor à região. “Acreditamos que a melhor solução para essa evolução é a transferência da gestão do CBA para a Embrapa. Com equipe treinada e apta a criar novas matrizes econômicas, a instituição está anos-luz à frente em termos de desenvolvimento”, enfatiza o presidente do CIEAM.

Proteína em escala
 
O cenário mais coerente seria entregar o CBA para a Universidade do Estado do Amazonas, mas no momento ainda lhe falta expertise em biotecnologia, nanotecnologia, bioinformática e por aí vai. O mesmo se aplica à Ufam e ao próprio Inpa, onde sobram boas intenções e faltam estruturas materiais e experiências de fazer dos inventários, bionegócios. A própria Suframa devam integrar o comitê gestor dessa nova composição, mas não pode seguir assumindo, sem material humano nem experiência em fruticultura amazônica, aquicultura, tecnologia da seringueira em cultivo extensivo e outras oportunidades. A Embrapa Amazônia Ocidental sabe como e tem um parque tecnológico na cadeia produtiva do pescado que o Amazonas e a Amazônia precisam urgentemente. Afinal, no desafio global da segurança alimentar, quem souber produzir proteína em escala vai falar mais alto e mais firme.
==================================================================================
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes.  cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 05.02.2014

 

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House