25/05/2018 08:43
“Diante da situação dramática que o país atravessa, com os protestos e seus estragos na vida do país, escassez de produtos e desespero crescente, o Centro da Industria do Estado do Amazonas-CIEAM volta a se manifestar a respeito do caos implantado dessa vez com a greve dos caminhoneiros. Não há como não concordar que a sociedade brasileira se sente sufocada e não suporta mais tantas mazelas e mal-feitos na gestão pública, fonte de tantos danos ao país e a vida do cidadão que trabalha, que investe e recolhe as taxas entre as mais abusivas do planeta. É grande nossa preocupação com os impactos causados na indústria brasileira, os sérios prejuízos decorrentes da quebra de um cronograma que desconstrói agendas de entrega de produtos, muitos deles de extrema ou urgente necessidade, o risco e os danos de escassez de material que impedem a operação do processo fabril.” Assim se manifestou o presidente do CIEAM, Wilson Périco ao analisar o caos que inquieta corações e mentes da nação brasileira.
Quem pariu Mateus…
Essa tragédia, que inclui trabalhadores, consumidores, espalha prejuízos e desespera um país que já se sente à deriva, precisa de solução. É urgente a necessidade do Governo buscar uma solução imediata ao problema resguardando a segurança jurídica e estabilidade necessárias ao ambiente social e econômico do país. Afinal, essa greve não se deu por geração espontânea. Ela é decorrência da gestão aloprada, não transparente, excludente do Setor Produtivo, aquele que sustenta a farra perdulária que hoje vivemos. Quem pariu Mateus que o embale diz a sabedoria popular. Quem fabricou o caos para deleite próprio tem que ter coragem de reconhecer suas mazelas e invocar a participação da sociedade na busca de soluções. Foi o Governo, com a presença de quem aí está que arrombou a Petrobras, reduzindo R$ 88,6 bilhões de seus ativos para atender demandas obscuras, eleitorais, pessoais…
Por que temos que pagar mais essa conta?
E por que a sociedade tem que pagar por isso? Porque trabalhadores e investidores, muitos deles pagando para trabalhar, são obrigados a cobrir o rombo da corrupção? Por que não recuperar o dinheiro roubado em vez de aplicar o açoite da majoração de tarifas de combustível numa sociedade combalida pelo desemprego e uma recessão que só acabou no discurso político? Por que temos que pagar a conta de um gasoduto – que deveria ser uma nova matriz econômica economicamente atraente, socialmente benfazeja e ambientalmente limpa – e só serviu para benefício do Rei e de seus comparsas? Não se resolve um rombo de tamanhas proporções pondo no lombo da sociedade a cangalha da contravenção. Chega!!!
Amazonas, um estado burlado!
Transformados em baú da felicidade fiscal da União, que nos confisca metade da riqueza aqui gerada pelo suor produtivo de trabalhadores e empreendedores, o Amazonas repudia essa presença frequentemente predatória do governo central na região. Burlados no direito de ir e vir, há 20 anos temos gastos mais de R$ 200 milhões para fazer EIA/RIMA, os estudos e relatórios de impacto ambiental para ficar nas gavetas e adiar para o além a recuperação de uma estrada que retiraria o Amazonas e Roraima do isolamento, a BR 319. A União inventou lorotas para não fazer sua parte. E nós, verdade seja dita, atores locais ainda acreditamos nos gnomos e suas promessas de ilusão.
Badalos e tapinhas
Isso se aplica a recuperação das vias do Polo Industrial de Manaus. Pura conversa mole a quase três décadas. Este é o status das promessas e compromissos da Revitalização das Vias do Polo Industrial de Manaus, sobretudo quando se aproximam as eleições. Badalo na orelha do eleitor e tapinhas em suas costas, a rigor, é o motor da conversa que vai e que vem, mas é só conversa. Muita badalação e nada de obras. Pelo andar da carruagem burocrática e das restrições da temporada eleitoral, podemos computar a expectativa para depois do próximo Carnaval. Tem sido assim, o jogo das cadeiras esburacadas que tratam as questões amazônicas e os interesses de nossa gente como brincadeira de mau gosto.
“Caminho é a Educação”
Nesta quarta-feira, o empresário Paulo Takeuchi, Vice-Presidente das Relações Institucionais da Honda, louvou as indústrias de Manaus, na Reunião Ordinária do CIEAM com seus associados, convocou as entidades a unirem-se entre si e com a sociedade para lutar por antigos e esquecidos valores da Educação Moral e Cívica, de respeito ao outro e de amor à Pátria. “O caminho é a Educação, pois só com Educação vamos criar um mundo novo, nova consciência, maior responsabilidade, mais envolvimento na construção de uma sociedade próspera, colaborativa e justa”. Pediu união de todos para que os direitos dos investidores e colaboradores sejam resguardados e a segurança jurídica assegurada.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 25.05.2018