11/12/2013 10:32
Definir os rumos do CBA, pois, concomitantemente às verbas de P&D, Pesquisa e Desenvolvimento, e outras taxas e contribuições das empresas, sobremaneira aquelas de Informática, enfim, marcaram a percepção dos parceiros federais em torno do papel da Biotecnologia e Tecnologia da Informação, áreas relevantes para a revisão e adensamento do modelo da ZFM. Essas áreas coincidem ou respondem à leitura universal, feita pelas principais entidades de Planejamento do Ocidente, contidas no Relatório Global Trens 2015, sobre as forças impulsoras do mundo em que vivemos: demografia, recursos naturais e meio ambiente, ciência e tecnologia, economia e globalização, governança nacional e internacional, conflitos futuros. Se o Brasil ainda não olhou, o mundo já integrou a Amazônia nesse debate estratégico e de gestão global, sobretudo na segurança alimentar.
Temos sido tímidos em mostrar o papel da ZFM na guarda deste patrimônio. E omissos na demonstração de que a renúncia fiscal da ZFM não custa R$ 119 mil, por emprego gerado, aos cofres públicos. Devemos passar longe de assumir a culpa da insensatez que nos impõe este pesadelo fiscal. A maior parte, quase 55% dos resultados alcançados pelos benefícios fiscais, volta para os cofres da União. E de tudo que é produzido pelas empresas da ZFM, a fatia do leão é destinada ao governo. Além dos 127 mil empregos, Manaus comparece com quase 60% dos impostos federais recolhidos pela União na Região Norte. Dos 27 entes federativos, apenas 8 arrecadam em impostos mais do que o repasse recebido da União e devolvem, ou seja, o Amazonas não mama nas tetas do Governo Federal. A ZFM não beneficia só o Amazonas, mas o Brasil, os brasileiros que consomem os produtos de qualidade fabricados aqui – valor agregado. E se as empresas aqui instaladas, comprovadamente, arrecadam menos que em outros arranjos industriais do País, elas patrocinam a SUFRAMA, com a arrecadação da TSA, recurso suficiente para o desenvolvimento de todos os estados da Amazonia legal que infelizmente, a SUFRAMA não tem acesso ou gerenciamento; patrocinam o desenvolvimento do interior com o FTI, patrocinam, na integralidade, a Universidade do Estado do Amazonas, com quem, enfim, celebramos um compromisso de parceria – a grande notícia do ano - que se materializa já a partir de 2014. Vamos debater e ajudar a propor programas regionais de Pesquisa e Desenvolvimento, estreitar novas parcerias, integrar ações de turismo e fomento municipal, os projetos de cadeias produtivas no interior. O contraponto de tudo isso, que o Brasil não consegue vislumbrar, é devastar as matas, ou entregar a região ao narcotráfico, ou, quem sabe, financiar megaestrutura militar para vigiar as fronteiras e proteger seu patrimônio genético, ora entregue às Forças Armadas com recursos precários e equipamentos medievais. 2014 bate à porta. Além da celebração da bola e da euforia, que ele traga esperança e mudança para um país integrado e uma Amazônia na pauta das prioridades nacionais.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Wilson Périco – Presidente do Cieam. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 11.12.2013