01/04/2015 16:38
Ao arrepio da Lei
No caso da Suframa, outrora responsável pela gestão do modelo, hoje em compasso de espera na expectativa sabe-se lá de que, a cratera da impotência se alarga. E que ninguém se empolgue na expectativa da chegada de algum Messias, mesmo travestido em ministro circunstancial do Desenvolvimento. Quem é o responsável por essa desarticulação? Não há autores nomináveis. Ou seríamos todos os implicados na medida em que deixamos a História se repetir, como há cem ano, quando não nos movimentamos para assumir nossos destinos. Não é problema deles, Suframa, MDIC, MCTI, União... é de todos, na primeira do plural, na medida em que a desarticulação institucional da esfera pública a todos afeta. O modelo está completamente fora do eixo e do rumo desde o início do confisco progressivo e agressivo de suas taxas administrativas, a contribuição das empresas, recurso, pois, não-orçamentário, oficialmente contingenciado, para o superávit primário ou empréstimos internacionais do BNDES. Até quando ficaremos inertes em continuar recolhendo essas contribuições para serem aplicadas em outros propósitos, acordos e plagas? Por que não insurgir coletivamente contra o desvio efetivo e definitivo dos recursos que pertencem à Suframa para cumprir sua função constitucional?
Alternativa de gestão não-publica
Nesta semana, onde o imperativo da redução do tamanho do Estado tomou conta do debate sobre o ajuste fiscal, uma movimentação informal promoveu a aproximação colaborativa entre as entidades locais e o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari – Cofic, uma associação empresarial privada, que representa as empresas no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, e suas áreas de influência, que operam nos segmentos químico/petroquímico, automotivo, de celulose, metalurgia do Cobre, têxtil, bebidas e serviços. Suas atividades concentram-se prioritariamente nas áreas de meio ambiente, segurança industrial e patrimonial, saúde ocupacional, infraestrutura, relações com o governo e as comunidades vizinhas ao Complexo Industrial, comunicação social e desenvolvimento de pessoas. O Cofic atua como articulador, facilitador e coordenador de ações coletivas para atender os interesses de suas associadas e sua missão é promover o desenvolvimento sustentável do Polo Industrial de Camaçari e sua área de influência regional. É reconhecida como referência de excelência empresarial na promoção de boas práticas em segurança, saúde e meio ambiente, na comunicação transparente e imagem favorável da indústria junto à sociedade e na capacitação e qualificação de pessoas para as associadas. O polo iniciou suas operações em 1978. É o primeiro complexo petroquímico planejado do País, com 90 empresas de grande porte, e está localizado no município de Camaçari, a 50 quilômetros de Salvador, capital da Bahia.
Transparência e interatividade
A definição dos gargalos e das crateras, já está mais do que demonstrado, não é problema, interesse ou preocupação da União. Daí a obviedade da mobilização para sair da mesmice, da choradeira passiva e estéril. O que as empresas precisam para sair do buraco – de todos e dos que virão - só as empresas coesas e ousadas podem conquistar. Mais ninguém. Daí o enfrentamento ou a aplicação da Lei do Talião: olho por olho, descaso por descaso. É hora de trabalhar como as aves, ciscando pra dentro. O outro ponto de enfrentamento ou conotação de compromissos mútuos é operacionalizar o entendimento e o canal de comunicação com o Estado, onde a negociação é exclusivamente institucional. E, é claro, essa interatividade em torno dos objetivos comuns, inclui a gestão dos Fundos Estaduais. O Brasil está acordando para importância essencial e definitiva da transparência, tanto na execução das tarefas de cada um como na gestão dos recursos que daí decorre. Voltaremos à tecla.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 01.04.2015