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Amazônia, ingredientes vitais da mudança

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13/04/2022 08:00

“Muito obrigado, querido e respeitado amigo Jório, pelo seu heroísmo e pela grandeza de seu caráter. Com certeza, o Amazonas ja lhe reserva um lugar destacado no panteão de seus filhos mais ilustres”.

Nelson Azevedo
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Em qualquer ação coletiva, se cada um fizer sua parte no conjunto das responsabilidades do todo, todos sairemos ganhando. Isso se aplica aos rumos da economia do Amazonas, baseada há mais de meio século em compensação fiscal por se tratar de uma região desprovida de infraestrutura competitiva, uma atribuição legal do poder público. Nós estamos fazendo nossa parte, no desafio de criar uma economia diversificada que nos permitiria, progressivamente, independer da política fiscal que descreve o programa Zona Franca de Manaus.

Este programa é reconhecido por analistas internacionais e pesquisadores da história da economia do Brasil, como o melhor acerto na redução das desigualdades regionais mantido por incentivo fiscal. Na reflexão de hoje queremos contar uma dessas iniciativas, e também prestar uma homenagem a um de seus baluartes, parceiro da Indústria que aceitou o desafio de contribuir com a metodologia de trabalho do setor privado, para um empreitada pública de diversificação da economia do Polo Industrial de Manaus.

Diversificar e interiorizar o desenvolvimento

Foi com este propósito que no Amazonas foi criada um agência pública – ou uma secretaria de Estado, para traduzir o jargão público – com a responsabilidade de promover o desenvolvimento econômico regional baseado em Ciência, Tecnologia e Inovação. Sob a sigla SEDECTI, foi concebida e estruturada para empinar programas, projetos e parcerias estabelecidas no âmbito da Zona Franca de Manaus.

O mote é avançar, adensar, diversificar e interiorizar o desenvolvimento sustentável de nossa matriz econômica. Escalado para essa façanha, nosso homenageado trouxe na bagagem mais de três décadas de vivência no Polo de Concentrados, onde participou intensamente em sua consolidação como referência internacional no segmento. Trata-se de Jório Veiga, um dos mais qualificados gestores do programa Zona Franca de Manaus, de redução das desigualdades regionais entre o Norte e o Sul do país.

Descontinuidade e confisco de benefícios

Seu portfólio de chão de fábrica fez toda a diferença e serve para explicar os resultados robustos que foram alcançados, sobretudo na mobilização das ações de fortalecimento do ambiente de negócios para tecnologia da informação e comunicação e economia baseada na diversidade biológica florestal. Mais do que isso: essa iniciativa serviu para mostrar que este é o caminho a seguir, tanto pelas ferramentas utilizadas no âmbito da CTI como na gestão profissional e profissionalizada de equipes bem orientadas e qualificadas na empreitada.

A administração do Amazonas que queremos não tem mais lugar para amadorismo. Podemos afirmar também que a descontinuidade dos projetos que estão dando certo, determinada pelo imperativo político eleitoral, precisa ser repensada.

Em nenhum lugar do mundo, qualquer expediente de descontinuidade gerencial impede a transformação na vida social e econômica. Mandato após mandato, vemos benefícios sociais, projetos de Ciência e Tecnologia, recursos pagos a diversos fundos de desenvolvimento sendo usados em outras finalidades.

Os bioativos e a Bioeconomia

Podemos ilustrar essa afirmação com um episódio que reuniu a SEDECTI, a Embrapa nacional e os acadêmicos do setor de economia e planejamento da Fundação Getúlio Vargas, numa das conferências Diálogos da Amazônia, uma série de debates daquela instituição para encontrar alternativas de desenvolvimento regional para a Amazônia.

No debate, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, relatou e pôs à disposição modelagem e variedades de suporte de pesquisa e desenvolvimento daquela empresa para os projetos de Bioeconomia da região. A Embrapa percorreu milhares de quilômetros pelos rios da região, coletando bioativos para os negócios da Bioeconomia.

Depois de apresentar os programas em andamento na SEDECTI, Jório Veiga destacou que a indústria da ZFM recolhe anualmente cerca de R$4 bilhões que poderiam viabilizar um plano de muitas obras. Uma parceria foi desenhada e detalhada, assim como uma quantidade enorme de outras iniciativas. E aí, chegou mais um ano de temporada eleitoral, descontinuando e frustrando ações e benefícios que poderiam mudar a paisagem socioeconômica e ambiental de nossa região espalhando cenários de prosperidade.

Inteligência, qualificação e compromisso

Enquanto esteve à frente da SEDECTI, Jório Veiga é o que se poderia chamar de encarnação do Servidor Público que todo cidadão e demais atores do tecido social gostariam de ver no dia-a-dia das instituições. É gratificante ver em ação pessoas responsáveis pelo interesse da coletividade. Inteligência, qualificação, compromisso e transparência no trato do interesse público, é tudo de bom.

Este perfil se ilustra com uma participação memorável, digna dos mais efusivos aplausos, que traduz com eloquência a figura de que estamos tratando: Março de 2020, o mundo inteiro parou assustado e desorientado para enfrentar a pandemia da COVID-19. Era preciso salvar as pessoas, resguardar seus empregos e a base econômica que lhes dá suporte educacional, sanitário, segurança pública, moradia etc.

Uma mobilização por parte das entidades da indústria assumiu o desafio e contou com um de seus mais assíduos e dedicados colaboradores no Comitê então formado: o companheiro Jório Veiga, uma interface do poder público que confirmou a envergadura de seu compromisso cívico, ético, fraterno e sua refinada responsabilidade social. Um verdadeira ponte entre o setor privado e o poder público se consolidou para assegurar o amparo emergencial de nossos semelhantes. Muito obrigado, querido e respeitado amigo Jório, pelo seu heroísmo e pela grandeza de seu caráter. Com certeza, o Amazonas ja lhe reserva um lugar destacado no panteão de seus filhos mais ilustres.

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Nelson Azevedo é economista, empresário, presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

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