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Alicerces da competitividade

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08/05/2014 14:07

O desafio da competitividade tem sido pauta constante e prioridade absoluta para o enfrentamento dos gargalos que explicam o encolhimento progressivo e preocupante da indústria nacional. As entidades do setor produtivo têm apontado algumas pistas dessa empreitada, que começa pela formulação inadiável de uma politica industrial de longo prazo – muito além das agendas politicas e eleitorais restringidas e planejadas aos períodos de cada mandato – que integre e articule políticas ambientais, de inovação, ciência e tecnologia e respectivos substratos jurídico-regulatórios, com normas claras e distintas, incluindo uma revisão cirúrgica e abrangente das tramelas danosas da burocracia. Intimamente atrelada a essas premissas, que supõem o velho e bom companheirismo do planejamento estratégico, o enfrentamento dos gargalos de infraestrutura devem caminhar lado a lado com uma reviravolta da politica educacional vigente e de qualificação técnica urgente, criativa, atenta ao momento e ao talento local, no sentido amplo da integração inteligente e interdisciplinar do saber e do fazer. De resto, para viabilizar toda essa epopeia da transformação, cabe revisar a cangalha tributária e assegurar mecanismos de acompanhamento e controle de aplicação dos recursos do contribuinte, incluindo no caso do Polo Industrial de Manaus, os fundos robustos, dentro da mais cristalina transparência e eficiência operacional. Em apressadas considerações, eis os alicerces da inadiável competitividade.    

Integração e diversificação

É nesse contexto que faz sentido e merece atenção, repercussão e materialização a proposta anunciada pelo ministro Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, de trazer o debate da competitividade para a Zona Franca de Manaus no bojo da discussão da prorrogação do modelo por mais 50 anos. O posicionamento tem lastro e se alicerça em múltiplas rodadas de negociação, esclarecimentos, correção de rotas e superação de preconceitos e equívocos em torno da economia local. Esta disposição de inserção do modelo como capítulo claro e definido no sumário da política nacional de produção industrial brasileira não é uma fala solta – entre tantas que temos ouvido nestas décadas de tratamento da ZFM como um apêndice do setor produtivo nacional – é um relatório sintético de debates proativos, cobranças coerentes e denúncias procedentes dos atores locais, das entidades de trabalhadores e empreendedores, insistentemente relatadas neste espaço e que mostram, na temporada de caça e captura dos sufrágios, uma réstia da poronga da obstinação para seguir a procura de saídas. O mote e o motor dessa mobilização se resumem ao desafio de adensar, diversificar, interiorizar a economia, incorporar as vocações regionais de negócios, enfrentar os gargalos de recursos humanos, de infraestrutura e da revisão da aplicação de recursos, recolhidos pelos setores produtivos. Essa contrapartida, generosamente destinados aos cofres públicos, para ações de fortalecimento da socioeconomia local e nacional, além de explicitar, no contexto da responsabilidade social dos atores envolvidos, a regra clara do jogo, carece de atenção, revisão e mudança.

“...conversando a gente se entende”

É também, neste contexto, oportuno registrar os frutos da salutar interatividade entre os segmentos executivos do Ministério do Desenvolvimento e os atores locais, tanto da esfera pública como das entidades do setor privado. A proposta de uma Agenda de competitividade formulada pelo titular do MDIC, que insere a ZFM na paisagem da indústria nacional, é apenas um dos resultados alcançados nessa interatividade fecunda que reforçam a obviedade de trazer para Manaus, no cotidiano pulsante da economia do modelo ZFM, o trato das questões locais. Aqui é a arena do debate e da decisão coletiva – via Conselho de Administração da Suframa – alternativa promissora do entendimento e encaminhamento dos temas e problemas da dinâmica funcional e institucional deste modelo reconhecidamente bem sucedido. É aqui que a União recolhe mais da metade dos tributos da Região Norte e é beneficiária de quase 55% da riqueza produzida pela rotina operacional do polo industrial. Se é verdade que “...conversando a gente se entende”, este axioma tem orientado em alto nível as discussões dos gargalos, as explicações e esclarecimentos, sobre  as ressalvas feitas à ZFM à revelia de seus operadores. Aqui vivem e operam os atores capazes de colaborar efetivamente na busca desse desafio de integração que o MDIC reconhece e propõe.

Metodologia da partilha

As propostas ensaiadas pelo titular do MDIC, que incluem, enfim, a definição do modelo de gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia, foram objetos de muitas sessões, rodadas profícuas, olho no olho, desafio de resgatar a credibilidade perdida de uma iniciativa que o Brasil aplaudiu que os anos fizeram esvaziar. A missão, enviada pelo Ministério a Manaus, no ultimo mês de abril, que aqui ficou uma semana inteira, para ouvir os atores locais. Foi adotada a metodologia da partilha, aquela que ouve e propõe saídas, aponta embaraços e soma esforços para equacionar. Uma postura inteligente que foi, e sempre será, eficaz para fazer avançar desafios. A ação e disposição do MDIC encontrou nos atores locais acolhida e empolgação, e repercutiu em atitudes e proposições conteúdos e desafios para justificar mais 50 anos para a Zona Franca de Manaus.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes.  cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 08.05.2014

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