03/09/2015 15:16
Novas matrizes econômicas
De acordo com o presidente do CIEAM, Wilson Périco, o maior desafio social do modelo ZFM é contribuir para interiorizar o desenvolvimento econômico do Amazonas, apostando, com recursos de inovação tecnológica, em novas matrizes econômicas. E é isto que a AFEAM está realizando com operações de crédito direcionadas, prioritariamente, para os pequenos negócios. Em outras palavras, a indústria está financiando o cultivo de guaraná, mandioca, banana, açaí, e todos os negócios que possam melhorar o padrão de vida e a criação de novos empreendimentos no interior. No momento da sua implantação, a Afeam absorveu a carteira de crédito agrícola do antigo Banco do Estado do Amazonas (que foi sucessivamente federalizado e privatizado na última década do século passado), incorporando um quadro técnico experiente e qualificado e credenciando-se como um dos principais agentes de oferta de crédito ao setor produtivo do Amazonas. Hoje a AFEAM é referência de acertos, de distribuição de oportunidades e fomento do empreendedorismo.
30 mil empregos
Evandor Geber fala com muita convicção de seu trabalho. "Nossos parceiros são o IDAM – Instituto de Desenvolvimento do Amazonas, o SEBRAE - Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa, entre outras agências, instituições e entidades, de apoio técnico e extensão rural que possam qualificar os empreendedores sobretudo nas iniciativas de promoção do interior. "Depois de 16 anos de atividades, A AFEAM sistematizou a experiência do microcrédito com a instalação do Banco do Povo, uma iniciativa que já distribuiu R$ 43,8 milhões e assegurou a criação e/ou manutenção de 27.900 postos de trabalho, respondendo, num momento crítico da economia, com ações positivas de combate ao desemprego e geração de novas matrizes econômicas. "Vamos chegar a 30 mil empregos até dezembro."
SEPROR/AFEAM
Desde a primeira hora, na gestão Sidney Leite à frente da Secretaria de Produção Rural, a AFEAM procurou identificar as ações prioritárias para a produção de alimentos, o grande gargalo da economia regional que importa quase tudo que vai para a mesa das famílias. “Com a SEPROR estamos definindo as prioridades da produção de alimentos, os produtores mais qualificados e os índices de retorno em termos de produtividade, qualidade, mercado e fortalecimento das associações e cooperativas de produtores. A AFEAM sabe fomentar, a SEPROR gerencia as políticas públicas adequadas, o Estado deixa de evadir riqueza e a população tem alimento de melhor qualidade e baixo custo”, diz Evandor Geber, presidente da Agência, lembrando que foi o primeiro parceiro do Programa Safra, com R$ 15 milhões em convênios para mecanização da agricultura. Na mesma lógica da produção de alimentos, a AFEAM compareceu como financiadora do programa de pesca e beneficiamento do piracururu, com R$ 3 milhões para as comunidades das Reservas Extrativas – Resex.
Guaraná orgânico
“Continuamos a apoiar a agricultura de subsistência, esclarece o presidente da AFEAM, Evandor Geber, sublinhando que é necessário fortalecer os elos da cadeia produtiva, direcionando as linhas de crédito e financiamento para empreendimentos potencialmente promissores, que apontem para a geração de trabalho e renda nos municípios do interior e para a conquista de mercados”. Entre esses empreendimentos, Evandor destaca o guaraná orgânico de Urucará, no interior do Amazonas. Recentemente, os produtores rurais membros da AGROFRUT – Cooperativa Agrofrutífera de Urucará, no Amazonas, renovaram as certificações de qualidade e procedência que credenciam o guaraná produzido pela Cooperativa para o mercado interno e externo. E após duas inspeções de organismos certificadores, a AGROFRUT manteve a Certificação Orgânica e o Selo Comércio Justo, obtidos desde 2007. Com mais de 100 cooperados, a AGROFRUT produz aproximadamente 42 toneladas por ano de guaraná in natura certificado e, desde a certificação em Comércio Justo, tem nos Estados Unidos e França seus principais mercados no exterior.
Distribuição de oportunidades
Entre 2012 e 2014, a AFEAM enfrentou momentos muito difíceis, de crise, felizmente já superados, revela Evandor, enfatizando: “Em 2015, fechamos o 1º semestre com R$ 9 milhões de resultado líquido, já investimos mais de R$ 70 milhões em financiamento e continuamos com dinheiro em caixa. Estamos conseguindo levar à prática as diretrizes do governador José Melo: promover a dinamização da economia com distribuição de renda nos municípios do interior, buscando uma nova matriz econômica, além da Zona Franca, fundamentada nas atividades agropecuárias e de extrativismo vegetal não madeireireiro”. Evandor Geber destaca o significado econômico-social do Programa de Crédito Afeam Banco do Povo, que está sendo implementado com recursos do FMPES - Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas, repasses pela indústria do Polo Industrial de Manaus, em 2015, totalizam R$ 74 milhões. “Estamos concedendo financiamento com juros subsidiados de 3% ao ano, àqueles que querem iniciar ou expandir o seu negócio, principalmente no interior do estado, e não têm acesso ao sistema financeiro tradicional”.
Balde cheio
Com apoio da AFEAM, o Amazonas começou a participar do programa que tem sucesso garantido através de transferência de tecnologia: o balde cheio. De acordo com o presidente da FAEA - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas e pecuarista, Muni Lourenço, esse projeto já é um divisor de águas para a economia do setor primário, que ocorreu na bacia leiteira de Autazes e se espalha pelo Estado. "Antes do programa nós tínhamos uma tragédia anunciada como queda de produtividade, empobrecimento do solo com degradação das pastagens, o empobrecimento e desânimo dos pecuaristas. Hoje nós temos uma realidade totalmente diferente, são pessoas motivadas com um ano e meio de implantação do programa em Autazes. "Em parceria com o SEBRAE, diz Evandor, o que vemos nas propriedades é a melhoria da rentabilidade e o aumento da produção do setor leiteiro, através de adoção de técnicas de manejo de pastagem e controle e gestão da propriedade.
O BID e os parceiros
O PRODESUS – Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas, uma iniciativa da AFEAM com o BID vai mobilizar todos os parceiros ligados a pesquisa e ao desenvolvimento de cadeias produtivas não-predatórias, entre os quais os tradicionais como SEPROR, IDAM, ADS, SEBRAE, como EMBRAPA, UEA, UFAM, INPA, FUCAPI, OCB, e as entidades da agricultura e da Indústria, FAEA, CIEAM, FIEAM. São iniciativas para criar resultados que possam ser sugeridos a outras regiões da Amazônia. Será executado pela AFEAM em articulação com a SEPLAN-CTI – Secretaria de Planejamento, Ciência, Tecnologia e Inovação e o IDAM, envolvendo recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, no valor de US$ 70 milhões, e contrapartida de US$ 14 milhões do Governo do Amazonas, com destinação prioritária às cadeias produtivas do setor primário. Os beneficiários do PRODESUS são produtores rurais, cooperativas e associações, empreendedores individuais, micro e pequenas empresas integradas a cadeias produtivas prioritárias para o crescimento da economia estadual: açaí, abacaxi, banana, borracha, castanha, cacau, citrus, feijão de praia, fibras, guaraná, hortaliças, mamão, maracujá, pecuária de leite, pesca artesanal e piscicultura.
===============================================================================
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 03.09.2015