28/08/2024 08:47
Com o Piísa, o CIEAM e a UEA se associam no propósito da Amazônia que enfrenta os desafios do presente, mas também se posiciona como referência em inovação na construção do futuro.
Por Alfredo Lopes e Antônio Mesquita(*)
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Desde 2013, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) têm promovido uma aproximação estratégica que visa integrar economia e academia. Essa parceria, que começou como uma iniciativa de somatório de forças, demandas e projetos, evoluiu ao longo dos anos, resultando em avanços significativos na inovação tecnológica, no desenvolvimento sustentável e na promoção do empreendedorismo na Amazônia. Este ensaio busca refletir sobre a memória desses esforços, os ganhos obtidos e as novas propostas que consolidam essa relação como um modelo de sucesso para o futuro da região, com especial destaque para o Programa Piísa – a mais promissora realização dessa sinergia institucional.
Memória – a origem da parceria
A aproximação entre o CIEAM e a UEA teve início com o objetivo de alinhar as necessidades do setor produtivo com a capacidade de inovação da academia. Desde o início, foram firmadas parcerias estratégicas com instituições de renome, como a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e com a Faculdade de Medicina, para projetos na área de saúde. A realização da Conferência Internacional de Gestão da Amazônia marcou um ponto alto dessa colaboração, reunindo especialistas, acadêmicos e líderes empresariais para discutir os desafios e as oportunidades da região.
Além disso, a criação de um portfólio detalhado de mais de uma centena de produtos e processos inovadores fortaleceu a conexão entre academia e o setor produtivo, promovendo a transferência de conhecimento e a criação de soluções inovadoras. Essa iniciativa além de atender às demandas do mercado, impulsionou a UEA a se tornar um centro de excelência em pesquisa e inovação na Amazônia.
Consolidando a inovação e o empreendedorismo
Nos anos que se seguiram, a parceria entre o CIEAM e a UEA foi ampliada com a criação de várias iniciativas que colocaram a inovação tecnológica e o empreendedorismo no centro da agenda acadêmica e econômica da região. A criação de laboratórios de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e o mapeamento dessas infraestruturas dentro da UEA foram passos fundamentais para consolidar uma base sólida para a inovação. Esses laboratórios não só apoiam projetos em andamento, mas também atraem novos pesquisadores e investimentos, fortalecendo o ecossistema de inovação do Estado.
O estabelecimento de uma disciplina focada em empreendedorismo e inovação, bem como a criação de um Polo Digital em Itacoatiara, são exemplos concretos de como essa parceria tem gerado resultados tangíveis. Essas iniciativas capacitam os alunos, promovem a inclusão digital e estimulam a criação de novos negócios, que são fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico da região.
O Programa Piísa: a Teia da Inovação
O grande destaque desta relação institucional entre o CIEAM e a UEA é o Programa Piísa – Teia da Inovação. Em tupi-guarani, “Piísa” significa “rede, conexão, teia”, e esse conceito é central para o programa, que se propõe a ser a principal plataforma de integração entre academia, setor produtivo e sociedade na Amazônia. O Piísa é um programa pioneiro que foca no desenvolvimento do empreendedorismo científico e na promoção do desenvolvimento tecnológico em áreas emergentes, como bioeconomia, inteligência artificial (IA), healthtech e sustentabilidade.
O Piísa representa a culminação dos esforços conjuntos de CIEAM e UEA para criar um ecossistema de inovação, respondendo as demandas do setor industrial, e promovendo soluções para os desafios sociais e ambientais da região. Este programa é a manifestação mais promissora da sinergia entre economia e academia, e tem o potencial de elevar a Amazônia a um novo patamar de desenvolvimento, integrando inovação e sustentabilidade de forma única.
Alinhado com as políticas de inovação nacionais e internacionais, o Piísa coloca a Amazônia no mapa global da ciência e tecnologia, oferecendo um modelo de desenvolvimento que valoriza a biodiversidade e os conhecimentos tradicionais, ao mesmo tempo em que promove avanços tecnológicos e socioeconômicos. Esse programa é a garantia de que os ganhos dessa parceria entre CIEAM e UEA serão duradouros e impactantes, transformando a Amazônia em um polo de inovação reconhecido mundialmente.
Uma parceria de sucesso
A sinergia entre o CIEAM e a UEA, hoje dirigidos respectivamente por Luiz Augusto Barreto Rocha e André Luiz Nunes Zogaib, é um exemplo claro de como a aproximação institucional e operativa entre economia e academia pode gerar ganhos significativos para a sociedade. Os avanços alcançados ao longo dos anos demonstram que essa parceria é benéfica para o desenvolvimento regional para a construção de um futuro sustentável e próspero para a Amazônia.
À medida que a revolução digital e as mudanças climáticas impõem novos desafios, a capacidade de inovar e de adaptar-se a novas realidades se torna vital. O Programa Piísa se destaca como a principal realização dessa parceria, oferecendo uma plataforma permanente para a inovação e o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com o Piísa, o CIEAM e a UEA se associam no propósito da Amazônia que enfrenta os desafios do presente, mas também se posiciona como referência em inovação na construção do futuro.
Para expandir o propósito e a partilha dos saberes, foram firmados termos de cooperação com o CEO Phelippe Daou – Rede Amazônica e a Gestão Superior da UEA, Prof. Dr. André Zogahib e a Vice-Reitora , Profa. Dra.Katia Couceiro, além das parcerias de ensino e pesquisa com os Hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, USP e Fiocruz e Faculdade de Engenharia de Mauá.
Referências futuras
Com base nas experiências passadas e nos avanços obtidos, o caminho a seguir exige o fortalecimento contínuo dessa relação entre economia e academia. O Programa Piísa será a âncora dessa trajetória, garantindo que novas propostas continuem a ser desenvolvidas com um foco claro na inovação e sustentabilidade. Somente assim será possível transformar a Amazônia em um modelo de desenvolvimento sustentável, capaz de reconciliar modernidade e tradição, inovação e preservação, crescimento econômico e justiça social.
(*) Alfredo é filósofo, escritor, consultor do CIEAM e editor responsável pela Coluna Follow-up, que é publicada as quartas, quintas e sextas-feiras pelo Jornal do Commercio e portal BrasilAmazônia pAgora.
(**) Antônio Mesquita é biólogo, doutor em engenharia de resíduos naturais e diretor-executivo da Agência de Inovação da Universidade do Estado do Amazonas. Imagem feita por IA
Fonte: BrasilAmazôniaAgora