29/05/2015 17:49
A indústria sombria do tráfico
Nesta quarta-feira, o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, em conversa com as empresas do CIEAM, relatou os projetos e programas de governo para o que ele aponta como o mais preocupante para o cidadão e governo no Amazonas e no Brasil, a violência. Para ele, a indústria do tráfico e a organização criminosa que a sustenta são a causa principal da violência no Amazonas, o primeiro aglomerado urbano que a produção e a rota do tráfico privilegiam. E alertou que, da encosta da cordilheira dos Andes, a droga se movimentou na direção da fronteira com o Brasil, onde já estão ocupados 10 mil hectares de cultivo de coca, com uma produção anual de 100 toneladas, às margens do rio Javari, na fronteira do Amazonas com o Peru. E lembrou que, a partir dessa produção e de sua ampliação – que se dá com a manipulação sombria das populações tradicionais – o Brasil, segundo maior consumidor de cocaína do mundo, em 10 anos, se nada for feito, será o primeiro, no lugar dos Estados Unidos. A Polícia Federal conta com apenas 80 policiais em Manaus e 20 na fronteira, para monitorar a imensidão e multiplicidade de rios amazônicos que ali se formam. O secretário Sérgio apontou nesta indústria lucrativa, a mais rentável do planeta, suas ramificações e governança, o principal problema e causa da estatística perversa, de 70% das mortes em Manaus, 80 homicídios por mês. Apresentou o plano de governo para segurança e repressão ao tráfico e relatou a apreensão de 3 toneladas de drogas de janeiro a maio. Botão do pânico, parceria com empresas, registro e partilha de imagens, 800 novas viaturas, um conjunto de medidas administrativas e de qualificação de recursos humanos foram detalhadas para convidar o setor empresarial a debater e participar do desafio da redução da violência.
Educação, a saída
De volta ao Cieam, de onde foi conselheiro e hoje na Unidade da Moto Honda em São Paulo, atuando fortemente na ABRACICLO, o empresário Paulo Takeushi participou da última Reunião Ordinária do Centro da Indústria, depois da qual falou à Follow-Up, sobre a crise, a parceria e o futuro. Para ele, crise é oportunidade de mudança para melhor. "No Brasil vamos todos aprender muito com essas dificuldades, por isso é importante essa união maior entre as entidades na defesa das melhores condições de trabalho. Na crise nos tornamos mais criativos e nos movimentamos para encontrar as soluções mais definitivas. "Indagado sobre o papel das entidades para acompanhar mais de perto a aplicação dos recursos públicos, dos impostos que todos reclamam, o empresário foi categórico: "Temos que exigir investimentos em educação de qualidade. Não há outro caminho. E não estou falando apenas de qualificação técnica. Isso é muito importante. Mais importante, porém, é Educação com letra maiúscula, como recuperação dos valores, de respeito, solidariedade, civismo, amor à pátria, à família e à ordem social. Educadas desse jeito as pessoas vão escolher seus representantes, de acordo, com os valores que elas defendem. É assim vai ser mais fácil acompanhar a aplicação dos impostos. "
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 29.05.2015