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Vendas em reais encostaram em R$ 98,94 bilhões (2023) em valores correntes

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09/10/2023 09:54

O faturamento nominal do Polo Industrial de Manaus se manteve virtualmente estável, no acumulado até julho. Mas, o voltou a perder para a inflação e a variação cambial do período. As vendas em reais encostaram em R$ 98,94 bilhões (2023) em valores correntes e subiram apenas 0,73% sobre igual intervalo de 2022 (R$ 98,22 bilhões). Em contraste, o IPCA acumulou alta de 3,99%, nos 12 meses encerrados em julho. Na conversão em dólares, a alta não passou de 0,82%, ao transitar de US$ 19.60 bilhões (2022) para US$ 19.76 bilhões (2023) – para uma desvalorização cambial de 8,61%.

A performance mensal seguiu oscilante. O faturamento de junho (US$ 2.81 bilhões ou R$ 13,34 bilhões) cresceu (+3,31% e +1,83%) em relação a junho (US$ 2.72 bilhões e R$ 13,10 bilhões) – que teve a mesma quantidade de dias úteis. O confronto com o dado de 12 meses atrás mostrou estagnação em dólares (US$ 2.81 bilhões) e queda de 8,50% em reais (R$ 14,58 bilhões). Em paralelo, a geração de empregos voltou a desacelerar, embora ainda se mantenha acima de 110 mil trabalhadores. É o que apontam os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta sexta (6).

Na análise em dólares, apenas 17 dos 26 subsetores listados pela Suframa tiveram faturamento ascendente no acumulado até julho. A maior alta veio da divisão de minerais não metálicos, que decolou 182,60%, com US$ 60.86 milhões. Na sequência estão os segmentos de vestuário e calçados (+95,96% e US$ 7.05 milhões), beneficiamento de borracha (+23,07% e US$ 83,33 milhões) e duas rodas (+23,07% e US$ 3.47 bilhões). O maior tombo veio de couros e similares (-24,16% e US$ 3.68 milhões), enquanto termoplásticos (+0,01% e US$ 1.77 bilhão) e químicos estagnaram (+0,14% e US$ 2.01 bilhões).

Majoritários e responsáveis por quase metade do faturamento total do PIM, os polos de bens de informática e de eletroeletrônicos foram novamente em direções contrárias. O primeiro caiu 18,10% (US$ 4.99 bilhões) no acumulado, embora permaneça na liderança de participação do PIM, respondendo por 25,26% do total. O segundo manteve share de 18,80%, em linha com o acréscimo de 13,65% (US$ 3.71 bilhão) nas vendas. Mais aquecido, o polo de duas rodas já responde por 17,58% das vendas e se aproxima da segunda posição. Em seguida estão as divisões de “outros produtos” (11,63%), químicos (10,21%), termoplásticos (8,98%) e metalúrgicos (7,54%).

Produtos e empregos

Entre os manufaturados produzidos pelo PIM, os maiores destaques nos sete meses iniciais do ano vieram de TVs com tela LCD e OLED, com 7.270.371 unidades e aumento de 34,75%. A lista inclui também motocicletas, motonetas e ciclomotores (+18,21% e 928.705), condicionadores split system (+31,67% e 2.196.205), receptores de sinal de TV (+149,01% e 2.219.367) e microcomputadores desktop (+85,72% e 34.643), entre outros itens. Produtos tradicionais do Polo, como celulares (-9,62% e 8.341.940), bicicletas (-18,43% e 314.437) e microcomputadores portáteis (-19,46% e 310.032) e relógios (-1,59% e 3.806.713) seguem em queda.

Os resultados da produção seguiram em linha com a balança comercial do Polo, em um ano de oscilações. O melhor dado veio das exportações, que alcançaram cifra 6,55% superior no acumulado, com US$ 340.34 milhões. Em contraste, as importações declinaram 11,31% (US$ 6.83 bilhões) na mesma comparação. O nível de dispêndios das indústrias com aquisição de insumos nacionais e estrangeiros – que respondem por 64,25% do total – ficou negativo em 9,49% na mesma comparação, não passando de US$ 10.63 bilhões.

Em paralelo, o nível de empregos do PIM voltou a reduzir a marcha. A média obtida no sétimo mês de 2023 foi de 110.667 pessoas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados, marcando o ponto mais baixo desde junho de 2022 (109.138). O número ficou 0,76% menor do que o do mês anterior (111.512) – em dado revisado pela Suframa. Também perdeu para julho de 2022 (111.003), por uma margem de 0,30%. Mas, a média mensal do acumulado do ano (111.342 vagas) se mantém 0,32% acima do ano passado (110.981) – o melhor desempenho desde 2014 (122.177).

Em sete meses, os maiores índices de crescimento de empregos vieram dos subsetores industriais de vestuário e calçados (+56,12%), “produtos diversos” (+35%) e mineral não metálico (+21,92%). Na outra ponta, os polos de brinquedos (-62%), têxtil (-33,41%), e editorial e gráfico (-21,07%) mantiveram a liderança dos cortes. Levando em conta só a mão de obra efetiva, o saldo no aglutinado até julho saiu do vermelho pela primeira vez neste ano, após seis retrações seguidas. O predomínio das contratações (20.331) sobre os desligamentos (17.737) gerou 192 novos postos de trabalho – o número mais baixo desde 2018 (-1.310+).

Fator seca

Em texto da assessoria de imprensa da Suframa, o titular da autarquia, Bosco Saraiva, manteve o otimismo diante das perspectivas da sazonalidade positiva das festas de fim de ano. “Estamos observando um crescimento notável e, apesar dos problemas ocasionados pela vazante dos rios, mantemos a expectativa de resultados ainda mais promissores no segundo semestre, aproveitando o impulso sazonal das festas de fim de ano, que aquecem o mercado. Isso também deverá refletir positivamente na geração de empregos e no aumento da renda, alinhando-se com as metas da Suframa e do governo federal para proporcionar benefícios à população”, amenizou.

Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal do Commercio presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, salientou que os indicadores mais recentes apontam que a economia amazonense tem apresentado sinais de reaquecimento, “ainda que o cenário amplo permaneça volátil”. Para o dirigente, o melhor dado vem dos empregos, “que indicam tendência de consumo”, a despeito dos entraves econômicos e dos efeitos da vazante. “Nossas perspectivas são de um cenário de relativa estabilidade no indicador, com leve inflexão positiva de crescimento para o segundo semestre, considerando ainda o nível de endividamento da população e a crise de confiança do consumidor”, ponderou.

O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, avalia que as oscilações estatísticas dos Indicadores acabam “se compensando”, quando analisados em um intervalo de tempo maior dentro da série histórica do PIM. No entendimento do dirigente, no curto prazo, o fator mais preocupante é o impacto da vazante “sem precedentes” deste ano na capacidade da indústria incentivada atender o atacado do Centro-Sul brasileiro em tempo de capitalizar a Black Friday e o Natal.

“A seca está obrigando as empresas a buscarem alguma alternativa para evitar a falta de componentes e a consequente diminuição na oferta de produtos, agora que estamos trabalhando já pensando no bom momento, que é o Natal para todos. Precisamos ter uma estrutura que minimize esses impactos, que são naturais, sem dúvida. Se já houvesse sido pacificado o tema da BR 319, com certeza, haveria menos sofrimento. E não me refiro às indústrias isoladamente, mas a população como um todo. Muito triste tudo isso”, encerrou.

Fonte: Jornal do Commercio

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