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Todos os índices de expectativas da indústria sobem em julho, aponta CNI

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20/07/2023 11:27

Em julho, todos os índices de expectativas da indústria subiram. É o que mostra a mais recente Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira (18).

Há maior otimismo dos empresários industriais com relação à demanda, à compra de matérias-primas, ao número de empregados e à quantidade de bens exportados, para os próximos seis meses. Já o indicador que mede a intenção de investimento cresceu 0,1 ponto, para 54,1. Ele está acima da média histórica para o mês.

Entretanto, o desempenho da indústria piorou na passagem de maio para junho de 2023. A Sondagem Industrial aponta que houve queda na produção e no emprego no setor. Os estoques também ficaram acima do planejado pelas empresas e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve estável.

Paula Verlangeiro, analista de Políticas e Indústria da CNI, comenta os resultados do levantamento. "Em junho de 2023, a gente observou uma piora no desempenho da indústria. Isso veio por meio dos indicadores de produção e de emprego industrial. Os dois apresentaram queda. Em maio, teve um crescimento da produção, mas isso foi revertido em junho. E, para o emprego industrial, há nove meses esse indicador vem em tendência de queda. Em junho ele teve uma leve melhora, mas continua um patamar que sinaliza queda do emprego."

Otimismo dos industriais é reflexo de cenário mais positivo, diz economista

Resultados

Segundo a pesquisa, o índice que mede a produção da indústria caiu 5,3 pontos, de 51,6 para 46,3. Por estar abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o indicador mostra tendência de queda na produção. Já o índice de evolução do número de empregados passou de 48,4, em maio, para 48,6, em junho. Apesar da leve alta de 0,2 ponto, o indicador continua abaixo da linha de divisão — o que aponta a manutenção do ciclo de queda.

Outro importante indicador para entender o desempenho da indústria, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu em 69%. A UCI mostra qual o nível de atividade produtiva no momento, em relação ao seu potencial máximo de produção. Em junho de 2021, a UCI estava em 71%. No ano passado, em 72%. Ou seja, esse é o patamar mais baixo para o mês nos últimos três anos.

Os estoques mantiveram-se no mesmo patamar: 51,3 pontos. Por estar acima da linha divisória dos 50 pontos, o resultado mostra que o armazenamento cresceu, o que é reflexo do consumo menor.

Principais problemas

A Sondagem Industrial também elencou os principais problemas enfrentados pela indústria no segundo trimestre de 2023. A demanda interna insuficiente foi apontada como o maior desafio do setor entre maio e junho, por 37% dos empresários.

Em segundo lugar, escolheram a elevada carga tributária. Ao longo da série histórica, esse problema normalmente se encontra nas primeiras posições do ranking. Os juros elevados fecham a lista dos três principais problemas para os empresários. Paula Verlangeiro afirma que a indústria está estagnada em 2023 — o que se reflete no ranking das principais dificuldades.

"O primeiro lugar ficou para a demanda interna insuficiente, o que mostra a baixa procura por bens industriais. Isso está muito ligado ao desaquecimento da economia, como um todo. As taxas de juros elevadas também registraram aumento e foi o maior aumento de toda a série, desde 2015. Esse problema está sendo sentido demais pelos empresários. E essa questão afeta uma série de decisões importantíssimas para o empresário, como de investir, comprar maquinário", explica.

Apesar disso, há boas notícias, de acordo com o levantamento. O indicador que mede o quão satisfeitos os industriais estão com o lucro operacional de suas companhias saltou 0,6%. Ainda sim, permanece abaixo da linha divisória. Ou seja, há mais insatisfação do que satisfação.

Quando o assunto é o contentamento com a situação financeira da empresa, houve aumento de 1,1 ponto no indicador respectivo. A alta foi suficiente para o índice ultrapassar os 50 pontos, o que aponta para satisfação com a situação financeira no período.

Apesar da taxa de juros básica estar em 13,75%, o acesso ao crédito melhorou na visão dos empresários da indústria. No entanto, a alta de 2,8% não foi o bastante para mudar a dificuldade em obter crédito, de modo geral — dizem os entrevistados.

Já o preço das matérias-primas recuou 6,4 pontos, ficando abaixo da linha dos 50 pontos, o que significa que um dos grandes gargalos enfrentados pelo setor nos últimos meses deixou de ser crítico, aponta o estudo.

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Fonte: Brasil61

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