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Indústria do Amazonas volta a respirar em maio e alcança o melhor resultado do país

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14/07/2023 11:53

A indústria do Amazonas voltou a respirar em maio. A produção decolou 12,8% em relação a abril – que teve cinco dias úteis a menos. Foi o melhor resultado do país, que praticamente não saiu do lugar (+0,3%). Mas, não foi suficiente para compensar o tombo sofrido no mês anterior (-15,7%). O Estado também conseguiu crescer 7,6% no confronto com maio de 2022, deixando a média nacional (+1,9%) para trás, na segunda melhor performance da indústria brasileira. O impulso veio principalmente dos segmentos de combustíveis, produtos químicos, produtos de metal, duas rodas e “produtos diversos”.

A manufatura amazonense consolidou o acumulado do ano no azul, ao decolar 10,4% e emplacar o Estado no primeiro lugar do ranking brasileiro, também nesse tipo de comparação. Embora a indústria extrativa tenha voltado a ficar no campo negativo, a expansão foi mais disseminada na indústria de transformação, com destaque para derivados de petróleo e as linhas de produção de motocicletas e bebidas. Em 12 meses, o avanço foi de 7,1%. Em contraste, a indústria nacional como um todo encolheu 0,4% em cinco meses e estagnou na variação anualizada. Os números são da Pesquisa Industrial mensal e foram divulgados pelo IBGE, nesta quinta (13).

A escalada de 12,8% na comparação com abril alçou o Amazonas do último para o primeiro lugar, no ranking das 17 unidades federativas investigadas pelo IBGE. Foi seguido de longe por Pernambuco (+5,6%) e Paraná (+5,3%), em uma lista onde o Rio Grande do Sul (+0,1%) figura no rodapé. A alta de 7,6% na variação anual fez o Estado galgar da sexta para a segunda posição, perdendo apenas para o Pará (+29,6%) – e com o pior dado no Maranhão (-8,8%). O acréscimo no acumulado do ano (+10,4%) a indústria amazonense na liderança, com a Bahia (-3,7%) na outra ponta.

Combustíveis e químicos

Na comparação com maio de 2022, a indústria extrativa (óleo bruto de petróleo) saio do campo negativo para subir 1,4%. A indústria de transformação foi mais longe e escalou 8,1%, em performance muito mais forte do que a do levantamento anterior (+0,7%). Apenas dois de seus dez segmentos recuaram: máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com -0,5%) e bebidas (-0,8%).

As maiores altas vieram de petróleo e combustíveis (gás natural, com +37,6%); produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear, estruturas de ferro, +25,7%); produtos químicos (metais preciosos, inseticidas, nitrogênio e desinfetantes, com -25,5%); “outros equipamentos de transportes” (motocicletas e suas peças, com +16,7%) e “produtos diversos” (artefatos de joalheria, isqueiros, lentes oculares, lápis, e fitas para impressoras, com +17,3%). As divisões de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares, computadores e máquinas digitais, com +2,3); borracha e material plástico (+1,5%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com +0,8%) também avançaram.

O acumulado dos cinco primeiros meses do ano mostrou um quadro mais favorável. A indústria de transformação expandiu 11,3%, sendo favorecida pelas divisões de derivados de petróleo e combustíveis (+26,2%); “outros equipamentos de transporte” (+14,5%); equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos (+14,2%); produtos de metal (+12,6%); “produtos diversos” (+9,5%); bebidas (+5,5%); produtos químicos (+5,5%); borracha e material plástico (+3%); e máquinas e equipamentos (+2,1%). Na outra ponta ficaram apenas o subsetor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%) e a indústria extrativa (-0,1%).

“Atmosfera de incertezas”

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, informa que os produtos que mais contribuíram para a elevação da indústria amazonense no comparativo anual de maio foram gasolina automotiva, nafta, estruturas de ferro e aço, aparelhos de barbear, peças soldadas, terminais de autoatendimento, televisores, motocicletas, rebocadores e condicionados de ar. Outros itens, como refrigerantes, cerveja, aparelhos de barbear, poliestireno, nitrogênio, metais preciosos e plásticos também mantiveram elevação de produção.

“O principal fator de crescimento da produção foi a boa performance de nove das 11 atividades da indústria local. Além disso, o leque de produtos também cresceu. E, por último, produtos com peso importante no parque industrial contribuíram com sua expansão de produção”, resumiu. “A média móvel trimestral está consistente em 1,5%,o que proporciona otimismo para as próximas divulgações da Pesquisa Mensal da Indústria, no Amazonas”, emendou.

Em texto postado na Agência de Notícias IBGE, o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, destaca que a expansão de dois dígitos da indústria do Amazonas elimina parcialmente a perda de abril, além de levar o Estado a contribuir com a segunda maior influência no resultado nacional neste mês – perdendo apenas para São Paulo. “O bom desempenho em maio se deve a alguns setores bastante importantes para a atividade industrial no Estado, como o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, de equipamentos de transporte e de bebidas”, sintetizou.

“Grata surpresa”

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, disse à reportagem do Jornal do Commercio que, ainda que tenham vindo dentro da expectativa sazonal, os números consolidados foram uma “grata surpresa” e demonstram toda a segurança do modelo Zona Franca de Manaus. No entendimento do dirigente, a “substancial inflexão positiva” alcançada em maio posiciona o Polo Industrial de Manaus como “um dos mais pujantes do país”, a despeito dos já “conhecidos óbices”.

“Somente a produção de motocicletas apresentou um crescimento de 13,9%. É o maior volume desde o primeiro semestre de 2014. A alta na produção está intrinsicamente ligada a uma perspectiva econômica mais favorável no médio prazo. Devemos ter uma redução da Selic a partir de agosto, o que irá baratear o custo financeiro das operações. Ainda nesse sentido, a expectativa é de que tenhamos um segundo semestre mais aquecido, o que impulsiona o setor produtivo”, analisou.

O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, também se mostrou otimista. “Costumo entender que variações positivas ou negativas são normais no curto e médio prazo. Até pelo fato de que um cenário de crescimento constante de todos os segmentos pode trazer queda brusca mais a frente. Essas variações são um cenário da economia ‘girando’ dentro do previsto. Temos boas expectativas com relação às tratativas e negociações em torno da reforma Tributária. No curto prazo, devem gerar um ambiente positivo para a continuidade normal dos negócios, investimentos e crescimento”, arrematou.

Por Marco Dassori

Fonte: JCAM

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