24/01/2025 12:32
Os custos da estiagem para a indústria amazonense totalizaram pouco mais de R$ 1,5 bilhão em 2024, segundo Augusto César Barreto Rocha, coordenador da comissão de logística do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam). De acordo com ele, a causa foi “o período mais longo” da seca, que atingiu seu ápice ainda em setembro, “o duplo”, em referência à disparada do dólar ocorrido nos últimos meses do ano passado.
O número é maior que o projetado pelo Cieam em novembro de 2024. À época, a instituição esperava um custo extra de R$ 1,4 bilhão, especificamente R$ 100 milhões em obras emergenciais, R$ 846 milhões em sobrecustos com estoques e mais R$ 500 milhões devido à taxa extra de custo das transportadoras, especialmente a Maersk MSC.
“Esperávamos bem menos. Foi realmente um ano com alguns fatores: variação cambial, maior volume de seca que 2023 e, claro, a maior interrupção de transporte hidroviário desde 2015”, afirmou o coordenador.
Se o câmbio, como ele apontou, tivesse reduzido 35% em relação a 2024, mas ao somar tudo, ficou mais caro”, disse em resposta à reportagem.
O número foi divulgado durante o XI Fórum de Logística ontem, onde o Cieam reuniu associados e imprensa para tratar das hidrovias e atualizações em 2025. No evento, o praticante de navegação da ANTAQ para os Rios da Amazônia Ocidental (RO), João Romero, antecipou esperar que a seca de 2025 seja menos severa que a de 2024, que ele considerou a maior registrada no último ano.
“Em 2023, a gente foi pego de surpresa por essa seca tão severa. Várias cidades com crise de abastecimento. A indústria [foi afetada], mesmo melhor que ninguém, mas ferrovias coletivas, problemas de suprimentos. Já em 2024, nós tomamos medidas para mitigar o impacto da estiagem. Desde as próprias cidades adaptando economias aos efeitos dos portos da região, colocamos um frete flutuante para mitigar custos. A logística de balsas parou, carregando tonelada de navio. O Dnit até ajudou também, com a dragagem em frete de afretamento de navios”, disse Romero.
Matéria publicada no Jornal Acrítica em 24/01/2025