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Seca do lago Gatún encarece logística de insumos para indústria de Manaus

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19/03/2024 10:02

Por Gerson Severo Dantas

Número de navios que cruzam o canal do Panamá diminuiu de 36 para 24 em função da seca que atinge o lago Gatún

Os operadores de logística que trazem os insumos da Ásia para o Polo Industrial de Manaus (PIM) mal se recuperaram da seca dos rios da Bacia Amazônica e já estão diante de uma nova intempérie que está atrasando as entregas e, por conseguinte, influindo na formação dos custos do PIM.

Trata-se da seca do lago Gatún, essencial para o fornecimento das águas que enchem as eclusas do canal do Panamá, a principal rota marítima entre a Ásia e as Américas, com a Zona Franca de Manaus nessa embolada.

Conforme os operadores do canal, o fenômeno El Niño, que causou a seca recorde do ano passado também influi nos níveis do lago Gatún e por conta disso foi necessário reduzir o número de navios que cruzam do Oceano Pacífico até o Oceano Atlântico e chegam a Manaus pela foz do rio Amazonas.

Como as águas do Gatún, além de mover as eclusas, abastece com água potável 70% das cidades panamenhas, a Autoridade do Canal do Panamá limitou o número de navios que cruzam o canal diariamente para conservar os níveis de abastecimento e garantir as operações logísticas.

Conforme registros no site da Autoridade do Canal, em outubro de 2023 passavam diariamente por essa rota 32 navios de diferentes portes. Esse número caiu para 24 em fevereiro deste ano e será mantido até o Gatún voltar aos níveis normais

Tradicionalmente, a temporada de chuvas no Panamá inicia em maio, mês em que o trânsito regular de navios deverá ser retomado com 36 embarcações cruzando o canal.

Com menos navios trazendo as matérias-primas que a indústria amazonense compra na Ásia, principalmente da China, o custo destes insumos sobe e acaba influenciando na política de preços praticada pelas indústrias do Amazonas, explicou o diretor de uma indústria que pediu para não ser identificado.

Lago Gatún influi na indústria mundial

O Canal do Panamá é uma das mais importantes artérias do comércio global, especialmente para o fluxo de matéria-prima entre a Ásia e a América Latina. Este corredor logístico é vital para a Zona Franca de Manaus, um polo industrial estratégico no coração da Amazônia brasileira, que depende significativamente da importação de insumos para manter sua produção diversificada e competitiva.

Inaugurado em 1914, o Canal do Panamá corta o istmo do Panamá, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Esta rota marítima reduziu drasticamente a distância e o tempo de viagem entre os portos da Ásia e os da costa leste da América do Sul, incluindo o Brasil. Antes de sua existência, os navios precisavam navegar pelo longo e perigoso Cabo Horn, na extremidade sul do continente americano. A economia de tempo e custo proporcionada pelo canal é um fator crucial para a competitividade das indústrias localizadas na Zona Franca de Manaus.

A maior parte da matéria-prima necessária para a produção industrial em Manaus vem da Ásia. Itens como semicondutores, componentes eletrônicos, e peças de precisão são transportados em navios que atravessam o Canal do Panamá, chegando ao Brasil pelo Oceano Atlântico. A partir de portos no norte e nordeste do país, esses insumos são então transportados, em grande parte, por via fluvial até Manaus. Este caminho, embora complexo, é o mais rápido e econômico, evidenciando a importância estratégica do canal para a região.

Funcionamento das eclusas com águas do Lago Gatún

O processo de passagem de um navio pelo canal do Panamá ocorre da seguinte forma:

  1. Entrada do Navio: O navio entra na câmara da eclusa, que é uma seção do canal cercada por portas em ambas as extremidades. Locomotivas especiais, conhecidas como “mulas” devido à sua força, são usadas para guiar e manter o navio centralizado na câmara, evitando que ele colida com as paredes.
  2. Fechamento das Portas: Após o navio entrar na câmara da eclusa, as portas enormes atrás dele se fecham, selando a câmara.
  3. Enchimento ou Esvaziamento da Câmara: Para elevar o navio, água do lago ou da câmara de nível superior é liberada para a câmara da eclusa onde o navio está, aumentando o nível da água e elevando o navio até o nível necessário. Quando um navio precisa ser abaixado, o processo é invertido, e a água é escoada para fora da câmara para o próximo segmento do canal ou para o oceano.

*Texto produzido om assistência de ferramenta de IA.

Fonte: Real Time 1

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