31/07/2023 17:54
Os dados do Índice de Preços ao Produtor mostram que, em junho, 19 das 24 atividades industriais tiveram variações negativas em relação a maio.
André Motta de Souza/Agência Petrobras
PODER360
29.jul.2023 (sábado) – 14h00
Os preços da indústria recuaram 2,72% em junho frente a maio, o quinto mês seguido de queda. O resultado no ano chegou a -6,46%, o menor índice já registrado para um mês de junho desde o início da série histórica em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -12,37%, também a menor taxa da série histórica.
Os dados do Índice de Preços ao Produtor divulgados na 5ª feira (27.jul.2023) pelo IBGE, mostram que, em junho, 19 das 24 atividades industriais investigadas pela pesquisa tiveram variações negativas em relação a maio.
As 4 variações mais intensas foram: indústrias extrativas (-10,52%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,32%); outros produtos químicos (-5,01%); e papel e celulose (-4,40%). Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de junho e os de maio. A atividade foi responsável por -0,83 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -2,72% da indústria geral.
“A conjuntura também tem o reforço da oferta abundante de matéria-prima para a fabricação de alimentos, o que em junho foi determinante para que essa atividade fosse a principal responsável pelo recuo do IPP em relação a maio. As indústrias extrativas, o refino e a química, também foram destaques em termos de influência; juntas essas quatro atividades representam quase 50% no cálculo do IPP e todas foram afetadas por um ou mais dos fatores que citei anteriormente”, completa o analista da pesquisa.
ALIMENTOS EXERCEM MAIOR IMPACTO PARA QUEDA DO ÍNDICE
Em junho, os preços dos alimentos variaram -3,35%, segunda variação negativa consecutiva e quarta no ano, exercendo o maior impacto no IPP. A taxa negativa mais intensa da série foi a de agosto de 2022, -3,50%. No acumulado no ano, a variação é de -5,04%, um cenário distinto ao de um ano atrás, quando a variação alcançava 7,89%. Já no acumulado em 12 meses, a taxa observada de -7,56% é a segunda negativa mais intensa da série, estando muito próxima da de setembro de 2017, -7,57%.
Pelo 2º mês consecutivo, os preços das indústrias extrativas apresentaram queda, com junho registrando -10,52%. Com isso, o acumulado no ano saiu de 4,82%, em maio, para -6,20%. Já o acumulado em 12 meses foi a -31,95%.
Pelo 7º mês consecutivo, os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis recuaram, atingindo -6,32%. Com isso, o acumulado no ano alcançou -23,30%, uma situação diferente daquela de junho de 2022, quando o acumulado era de 31,46%. Já em 12 meses, a variação é de -35,21%.
Os preços dos químicos na porta da fábrica recuaram por mais 1 mês, na passagem de maio para junho, em -5,01%. Com o resultado, o setor completa uma série de 12 meses consecutivos de baixas nesse tipo de comparação, o que também se traduziu em taxas negativas no acumulado no ano (-16,98%) e na comparação com o mesmo mês do ano anterior (-32,38%).
Já entre as grandes categorias econômicas, destacam-se as variações de -1,09% em bens de capital (BK); -3,41% em bens intermediários (BI); e -2,02% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,14%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -2,45%. A principal influência dentre as grandes categorias econômicas veio de bens intermediários, com peso de 55,09% e respondeu por -1,89 p.p. da variação de -2,72% do índice geral.
Completam a lista, bens de consumo, com influência de -0,74 p.p. e bens de capital com -0,08 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em junho se divide em 0,01 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,75 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Com informações da Agência IBGE
Fonte: Poder 360