20/03/2024 09:19
“O PPBio, fruto da colaboração entre Suframa e IDESAM, visa transformar a riqueza biológica da Amazônia em premissa, compromisso e fonte de inovação econômica, social e ambiental da Amazônia”.
Por Alfredo Lopes (*) Coluna Follow Up
Alfredo é filósofo, consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal BrasilAmazôniaAgora
Com o apoio unânime do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), o IDESAM (Instituto de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia) conquistou, junto ao CAPDA, órgão da Suframa, a renovação de uma parceria decisiva para o avanço do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) por mais cinco anos. Esta decisão reflete o compromisso com uma visão de um futuro onde a bioeconomia é a pedra angular do desenvolvimento amazônico.
O PPBio, fruto da colaboração entre Suframa e IDESAM, visa transformar a riqueza biológica da Amazônia em premissa, compromisso e fonte de inovação econômica, social e ambiental da Amazônia. Desde o financiamento inicial dos 22 laboratórios de biotecnologia do CBA pelo Polo Industrial de Manaus, atores púbicos e privados têm lutado pela diversificação e o fortalecimento do desenvolvimento regional. Pioneiros como Rebecca Garcia e Denis Minev têm estado à frente deste esforço, como parceiros e atores do PPBio, marcando o início de uma era de transformação baseada na sustentabilidade e na ciência.
Este movimento não é apenas sobre desenvolvimento econômico; é sobre reimaginar o modelo de crescimento da região. Para as empresas de informática do Polo Industrial de Manaus, o PPBio oferece uma rota clara para que possam cumprir com suas obrigações fiscais, investindo em um futuro sustentável para a região sem riscos financeiros. Paralelamente, o programa aborda a agricultura e a pecuária, procurando maneiras de integrar práticas sustentáveis que respeitem a floresta e gerem novas oportunidades de negócios. Bagaços de laranja podem virar insumos preciosos para a produção de ração para a piscicultura para dar um exemplo.
A colaboração é a chave para este novo capítulo. Instituições como a Embrapa e o Inpa estão unindo forças com o PPBio para desenvolver soluções que alinham negócios com a conservação ambiental. Exemplos inovadores incluem a transformação de resíduos de açaí em peças para a indústria de bicicletas e o desenvolvimento de bioplásticos em parceria com empresas como a Tutiplast.
Porém, o desafio é ainda maior: é necessário expandir as parcerias institucionais para envolver governos estadual, federal e municipal, além do setor privado, numa colaboração que ecoa a sabedoria indígena do trabalho coletivo. A meta é criar um sistema integrado que possa sustentar não apenas a produção de insumos regionais para a indústria de Manaus, mas também fomentar micro e pequenas empresas capazes de inovar em áreas como a produção de látex, cosméticos, medicamentos e suplementos nutricionais.
Este é um chamado para que o poder público, a iniciativa privada e as instituições de pesquisa e desenvolvimento unam forças para transformar o PPBio em um verdadeiro vetor, diferencial e expansivo na direção ribeirinha, ou seja, da bioeconomia na Amazônia. Assim, poderemos antecipar a utopia de um desenvolvimento amazônico integral, inclusivo e integrado, seguindo os princípios da sustentabilidade, segundo os quais os empreendimentos devem ser politicamente corretos, economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente sustentáveis, conforme recomendado por Samuel Benchimol.
A união de todos esses atores é essencial para que o desenvolvimento sustentável da Amazônia se torne uma realidade palpável e não apenas um ideal distante. O momento de agir é agora, para garantir um futuro onde a Amazônia possa florescer, respeitando sua biodiversidade e beneficiando todas as comunidades que dela dependem. Parabéns ao CAPDA, à Suframa e ao IDESAM.
(*) Esta coluna é publicada as quartas, quintas e sextas-feiras pelo Jornal do Commercio do Amazonas, sob a responsabilidade do CIEAM e coordenação editorial de Alfredo Lopes, editor do portal BrasilAmazoniaAgora
Fonte: Brasil Amazônia Agora