06/06/2023 13:07
Gilmar Freitas
Diretor do Decon/FIEAM E-mail:
gilmarfreita@hotmail.com
A data 5 de junho, como o dia do meio ambiente, é também festejada pela indústria amazonense na sua condição de incentivadora e investidora da preservação ambiental, da minimização de resíduos, da inovação, reutilização e reciclagem de produtos e eficiência da produção, respeitando a manutenção da floresta em pé e utilizando os insumos regionais na geração de mais empregos e renda. Possuímos uma biodiversidade rica em plantas medicinais que servem para combater, tratar e curar várias doenças, com potencial farmacêutico estupendo. O promissor mercado apresenta inúmeras oportunidades em fitocosméticos, bioterápicos, alimentos funcionais e nutracêuticos, plantas medicinais, perfumaria, corantes e inseticidas e demais medicamentos fitoterápicos. Esse negócio na América Latina gira em torno de US$ 10 bilhões de dólares, sendo o mercado mundial muitas vezes maior. Investir no conhecimento e na tecnologia, para isso contando com financiamentos, é essencial para compatibilizar preservação ambiental com taxa de crescimento econômico satisfatório para o bem-estar do povo amazônico. As consequências do aquecimento global impõem responsabilidades a todos, e a indústria local não se omite ou se omitirá a essa obrigação, tem interesse em todas as estratégias que sejam colocadas em prática e que, de forma direta ou indireta, resultem em efeitos positivos e/ou negativos para o meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico.
Portanto, é essencial que tomemos a dianteira na tecnologia a ser empregada no controle de pragas e insetos, no desenvolvimento de hormônios vegetais de crescimento e com finalidade antitumoral e antibiótica. São condições concretas e adequadas para atrair investimentos que efetivamente preservem a biodiversidade do meio ambiente, gerando novos empregos, renda e conserve o importante acervo florestal. O Brasil já tomou a dianteira na tecnologia dos biocombustíveis, precisamos fazer o mesmo na biotecnologia da Amazônia para usufruir dos insumos regionais, sem esquecer-se da responsabilidade e do respeito pela preservação da floresta, explorando essa abundância, mas preservando-a com ações autossustentáveis. Somos carentes de infraestrutura, mas as oportunidades de investimentos com grande potencial são imensas para agregar mais valor aos produtos manufaturados.
Tudo o que disse já foi falado antes por muitos outros, mas é importante repetir, bater nessa tecla, insistir nesses argumentos, para desfazer preconceitos de pessoas que nunca pisaram na Amazônia, ou se aqui vieram foi em visitas rápidas, continuando a imaginar uma situação muito distante da realidade. Como disse o professor Augusto Rocha em recente texto pela Amazônia em Exame: “Afinal, a Amazônia não é uma, mas muitas, sendo constante mente negadas em seus saberes, dimensões, peculiaridades, oportunidades e necessidades”.
Esse sentido multidimensional de sustentabilidade deve ser argumentado nas discussões da Reforma Tributária, em debate no Congresso Nacional.