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Expansão do PIB e a alta de juros

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11/03/2025 09:02

O PIB brasileiro terminou o ano de 2024 com expansão de 3,4%, embora a partir do terceiro trimestre tenha apresentado desaceleração.

Conforme divulgado, a produção industrial em novembro de 2024 caiu 0,6%, comparada a outubro, e em dezembro voltou a cair 0,3% frente a novembro. Se fizermos uma avaliação em relação a dezembro de 2023, teremos um avanço da indústria de 1,6%, o sétimo resultado positivo seguido.

Entretanto, o que nos preocupa é essa perda de ritmo somada à alta de juros, que enfraquece a confiança dos empresários industriais. Isso se reflete no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da CNI, que registrou a quarta queda consecutiva, caindo para 49,1 pontos.

Se o ciclo de alta dos juros continuar, os esforços na política fiscal pouco adiantarão, pois os efeitos negativos se manifestarão na forma de queda da produção, redução na geração de empregos e retração da renda.

O que os empreendedores e a CNI defendem?

A criação de um consenso em torno de metas fiscais e políticas econômicas estruturantes, garantindo estímulos seletivos para assegurar a continuidade dos investimentos voltados para a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social no médio e longo prazos.

A alta dos juros retrai investimentos essenciais do setor industrial, especialmente aqueles voltados à modernização e expansão da capacidade produtiva.

Há três anos, enfrentamos uma política monetária contracionista, que dificulta o avanço da indústria, encarece o crédito e impede que as empresas invistam em máquinas, equipamentos e capital de giro. Isso inviabiliza a execução de diversos projetos, incluindo aqueles voltados à modernização do parque industrial.

Esse acúmulo de custos financeiros ao longo da cadeia produtiva tem um efeito devastador, encarecendo os produtos industriais em cerca de 25% do preço ao consumidor final. Isso compromete a competitividade da indústria nacional frente às importações.

Além disso, a elevação da Selic impacta diretamente a dívida pública. Segundo a CNI, um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros eleva o custo da dívida bruta em aproximadamente R$ 50 bilhões, conforme estimativas do Banco Central. Isso mantém o Brasil no topo do ranking mundial das maiores taxas de juros reais, superado apenas por Turquia e Rússia.

Aqui no Amazonas, especialmente na Zona Franca de Manaus (ZFM), enfrentamos os mesmos desafios do restante do país. A política monetária restritiva compromete o crescimento econômico regional e pode desacelerar ainda mais nossa recuperação industrial.

Infelizmente, a agenda da indústria nacional entra em conflito direto com a do mercado financeiro, que detém grande influência na mídia nacional, sendo abastecido por volumosos investimentos publicitários nos principais veículos de comunicação.

Para o mercado financeiro, a rentabilidade das aplicações é a prioridade. Já para a indústria de transformação, o aumento da Selic afeta significativamente o comportamento da economia brasileira, o mercado de trabalho, a produção industrial e os investimentos.

Diante desse cenário, é essencial que o governo e os agentes econômicos adotem medidas que estimulem o crescimento sustentável, promovam condições de crédito favoráveis à indústria e garantam um ambiente de negócios que fortaleça a competitividade do setor produtivo nacional.

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