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Destaques do PIM no ano são televisores com tela LCD e OLED

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29/06/2023 09:32

O faturamento do Polo Industrial de Manaus consolidou o primeiro quadrimestre do ano no azul, mas a alta foi apenas nominal. As vendas em dólares passaram de US$ 10.72 bilhões (2022) para US$ 10.94 bilhões (2023), obtendo expansão de 2,04% diante de igual intervalo do ano passado. A conversão em reais gerou incremento de 3,98% em valores correntes, com R$ 55,75 bilhões (2023) contra R$ 53,61 bilhões (2022). Em números reais, contudo, o resultado apontou estagnação. Nos 12 meses encerrados em abril, o dólar se valorizou pelo menos 2,43%, enquanto o IPCA acumulou 4,18% de inflação oficial.

O comparativo mensal mostrou desempenho ainda mais fraco. As vendas de abril (US$ 2.59 bilhões ou R$ 12,97 bilhões), perderam para as de março (US$ 2.64 bilhões e R$ 13,73 bilhões) – que teve dias 5 úteis a mais. A comparação com o dado de 12 meses atrás (US$ 2.79 bilhões e R$ 13,64 bilhões) também confirmou recuos. O número de linhas de produção com crescimento foi menor neste mês, com novo destaque para os polos de duas rodas e eletroeletrônico, em detrimento de bens de informática. Em paralelo, a geração de empregos voltou a desacelerar. É o que revelam os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta quarta (28).

Na análise em dólares, 16 dos 26 subsetores listados pela Suframa tiveram faturamento ascendente, de janeiro a abril – contra 19, em março. As maiores altas proporcionais se deram novamente em segmentos minoritários do PIM, começando pela divisão de minerais não metálicos, que decolou 355,82%, ao somar US$ 32.84 milhões. Na sequência estão os segmentos de vestuário e calçados (+175,22% e US$ 4.37 milhões), brinquedos (+33,95% e US$ 20.65 milhões). Os tombos mais significativos vieram dos subsetores de couros e similares (-33,24% e US$ 2.26 milhão) e naval (-16,30% e US$ 29.66 milhões).

Majoritários e responsáveis por quase metade do faturamento total do PIM, os polos de bens de informática e de eletroeletrônicos foram, mais uma vez, cada um para uma direção. O primeiro (-15,34% e US$ 2.91 bilhões) se manteve em queda, pelo quarto mês seguido. Mas, permanece na liderança de participação do Polo, respondendo por 26,64% de seu faturamento global. O segundo manteve share de 18,89%, em linha com o acréscimo de 14,93% (US$ 2.06 bilhão) nas vendas. Mais aquecido, o polo de duas rodas (+26% e US$ 1.96 bilhão) responde por 17,97% das vendas, sendo seguido por “outros produtos” (11,35%), termoplásticos (8,74%), químicos (8,61%), e metalúrgico (7,80%) no ranking.

Insumos e empregos

Entre os principais produtos fabricados pelo PIM, os maiores destaques no primeiro quadrimestre do ano foram televisores com tela LCD e OLED, com 4.264.669 unidades produzidas e aumento de 42,57%. A lista inclui também motocicletas, motonetas e ciclomotos (+20,76% e 535.750), celulares (+3,57% e 5.278.176), condicionadores split system (+37,21% e 1.279.520), receptores de sinal de TV (+112,21% e 1.068.109) e aparelhos de barbear (+21,24% e 609.897), entre outros itens.

Os resultados da produção seguiram em linha com balança comercial do Polo, em um ano de oscilações. O melhor dado veio das exportações, que alcançaram cifra 23,06% superior nos quatro primeiros meses deste ano, com US$ 194.71 milhões (2023) contra US$ 158.23 milhões (2022). Em contraste, as importações declinaram 13,88% na mesma comparação, ao saírem de US$ 4.58 bilhões (2022) para US$ 3.95 bilhões (2023). O nível de dispêndios com aquisição de insumos, tanto estrangeiros quanto nacionais, ficou negativo em 7,62% na mesma comparação e não passou de US$ 6.31 bilhões.

Em paralelo, o nível de empregos do PIM voltou a reduzir a marcha e virtualmente estancar. A média obtida no quarto mês de 2023 foi de 106.790 pessoas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados, marcando o número mais baixo do ano. Ficou 3,13% aquém da marca do mês anterior (110.247) e praticamente empatou (+0,20%) com o mesmo mês do ano passado (106.569). A média mensal do quadrimestre foi de 109.508 postos de trabalho, 0,67% a menos do que o registrado no ano passado (110.245). Ainda assim, foi o segundo melhor desempenho desde 2014 (113.927).

Os maiores índices de crescimento de empregos no ano vieram dos segmentos industriais de vestuário e calçados (+77,55%), “produtos diversos” (+30%) e papel e papelão (+28,79%). Na outra ponta, os polos têxtil (-36,34%), de brinquedos (-34,76%), e editorial e gráfico (-22,74%) mantiveram a liderança dos cortes. Levando em conta só a mão de obra efetiva, o saldo no aglutinado até abril ficou no vermelho pelo quarto mês seguido. Foram eliminadas 466 vagas, dado o predomínio dos desligamentos (12.335) sobre as contratações (11.869). Foi a pior performance desde o “ano cheio” de 2018 (-1.310).

Expectativa de recorde

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o titular da autarquia, Bosco Saraiva, salientou que o Polo Industrial de Manaus registrou, de janeiro a abril, uma média mensal de faturamento de aproximadamente R$ 14 bilhões. No do superintendente, se essa tendência se mantiver nos próximos meses, a expectativa é que a indústria incentivada da Zona Franca de Manaus consolide mais um recorde nominal de faturamento global, ao final de 2023.

“Temos diversos segmentos com crescimento de faturamento, em especial os polos eletroeletrônico e de duas rodas, que são muito importantes para a atração de investimentos, a geração de empregos e a produtividade em geral da Zona Franca de Manaus. Esperamos que esse contexto favorável possa ter continuidade e que os indicadores do PIM sejam ainda mais expressivos ao longo dos próximos meses”, afiançou.

Em contrapartida, o presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, considera que os números da Suframa retratam um cenário de atenção. “Se os reflexos dessa situação, digamos de ‘andar de lado’, se repetir ao final de agosto, só nos restará torcer para uma recuperação que apresente uma pequena melhora, talvez um ‘empate técnico’. Isso não é bom para uma economia que necessita ainda aguardar o resultado de uma reforma Tributária ainda com várias dúvidas nos documentos até então divulgados. Vamos crer que haja melhora contínua neste atual quadrimestre, e que comemoremos, ao final do ano, um excesso de atenção que não tenha se confirmado”, ponderou.

Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, avaliou que os indicadores vêm apontando tendência de crescimento para o restante do ano. “Observamos crescimento do faturamento dos subsetores principais e aumento da produção dos itens de maior destaque: telefones, televisores, motocicletas e condicionadores de ar, demonstrando um mercado aquecido para esse tipo de produto. Nossas expectativas são de crescimento brando para os meses subsequentes”, finalizou.

Por Marco Dassori

Fonte: JCAM


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