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Com seca no Amazonas, transporte de carga começa a testar ‘plano B’

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19/09/2024 14:28

Por Taís Hirata

A forte seca que atinge novamente o rio Amazonas neste ano ainda não impede a passagem de navios nos trechos mais críticos, mas operadores logísticos já começam a testar as estruturas alternativas, criadas para mitigar o risco de uma interrupção do fluxo logístico, como aconteceu em 2023.

A principal solução estruturada pelos operadores logísticos foi a instalação de terminais flutuantes na região de Itacoatiara, antes de um trecho crítico para a passagem dos navios na época de seca. Dessa forma, as embarcações conseguem fazer o transbordo da carga para balsas, que conseguem trafegar mesmo com uma profundidade menor do rio, e assim fazer a conexão com o porto de Manaus.

Foram instalados dois terminais no local, que começaram a funcionar nos últimos dias.

Segundo Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), por enquanto a estrutura é usada em caráter de teste. A entidade fez uma parceria com a operadora portuária Chibatão para instalar um dos terminais. “Por enquanto, os navios estão passando normal, não há restrição de calado”, diz ele.

“A perspectiva, segundo os modelos, apontam que a restrição começará em 12 de outubro”, afirma.

Na terça-feira (17), o nível do rio Negro no porto de Manaus (indicador usado como referência por operadores para medir a situação) estava em 15,77 metros, patamar inferior ao registrado no mesmo dia de 2023, quando a profundidade do rio era de 19,68 metros. No ano passado, a região já havia enfrentado uma estiagem histórica e neste ano se desenha uma situação ainda mais grave.

A duração da crise ainda é vista com incerteza. Para o setor logístico, um fator que trouxe otimismo nos últimos dias foi a assinatura do contrato para a dragagem do rio, na semana passada. Com o serviço, a expectativa é que a profundidade do rio possa ser mantida, viabilizando a passagem dos navios.

No melhor cenário, o serviço de dragagem começará dentro de três semanas. Caso o cronograma se mantenha e a dragagem seja bem-sucedida em manter a profundidade do rio, a previsão é que a hidrovia fique paralisada por apenas duas semanas. O pior cenário é que a dragagem não funcione. Neste caso, a interrupção do fluxo pode durar até janeiro de 2025, na previsão de Rocha.

Fonte: Valor Econômico

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