15/09/2023 10:25
O Comando Militar da Amazônia (CMA) apresentou na manhã desta quinta-feira as possibilidades de negócios entre o Exército Brasileiro e as empresas situadas na Zona Franca de Manaus (ZFM). A iniciativa do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMA busca incentivar a expansão da base da indústria da defesa presente na área da Amazônia Ocidental.
Atualmente, somente duas empresas baseadas no Amazonas vendem insumos para o Exército. A expansão das fábricas habilitadas a fornecer itens para os militares, na avaliação do chefe do Estado-Maior do CMA, general de brigada Triani, pode beneficiar as empresas que passam a contar com incentivos fiscais e linhas especiais de financiamento.
Nas palestras, os empresários conheceram o processo licitatório das Forças Armadas como a possibilidade de participação em certames específicos para os fornecedores com cadastro de Produto Estratégico de Defesa (PED). Eles ainda conheceram o Regime Especial Tributário (Retid) onde as empresas, assim como no modelo ZFM, contam com incentivos fiscais em tributos federais e participaram de uma explanação sobre a indústria bélica israelense, uma das mais tecnológicas do mundo.
“Uma tonelada de produto acabado que tenha inovação incorporada tem um valor muito maior do que mil toneladas de minério, não querendo menosprezar as commodities em si. Dá oportunidade para nossa base industrial e a gente tem uma ligação muito grande com a Zona Franca e dando essa oportunidade a gente tem certeza que não somente ela vai gerar emprego e renda para o mercado, mas pode transbordar isso da própria região com um polo que já é muito forte e temos condições de fortalecer”, disse o general de brigada.
O chefe do Estado-Maior também destacou o efeito positivo para a sociedade do desenvolvimento da indústria da defesa que pode ser tanto no campo da tecnologia, quanto na geração de emprego e renda. Segundo ele, a indústria da defesa colabora para a valorização dos produtos produzidos no Brasil que também podem ser exportados.
“Mal ou bem a guerra Ucrânia está trazendo novas necessidades de mercado e tem certos produtos de defesa que, para se ter uma ideia, hoje tem fila de anos para poder conseguir. Por exemplo, mísseis anticarros, drones...”, declarou Triani.
Chefe do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMA, coronel veterano Luciano, destaque que a capacidade de produção de produtos para as Forças Armadas já era observada na região, pois alguns produtos ainda precisam ser importados para atender a demanda do Exército. Alimentação como ração operacional, embarcações fluviais, por exemplo são alguns produtos que atualmente precisam vir de outros países e que poderiam ser feitos na ZFM. A próxima fase é buscar a aproximação com a sociedade acadêmica para que sejam desenvolvidos trabalhos científicos voltados para a área da defesa.
O presidente-executivo do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio, avaliou positivamente a integração do CMA com a indústria local. Para ele, a ZFM tem toda a capacidade de desenvolver produtos para o segmento da defesa.
“Acho que abre uma possibilidade muito grande e oportunidade para outros segmentos e outros produtos que podemos desenvolver no Polo Industrial de Manaus. A apresentação e um momento de oportunidade e de diversificação dos produtos produzidos na ZFM”, reforçou Lúcio Flávio.
Além da indústria local, o governo do estado também esteve representado do evento. Secretário-executivo de Ciência e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Jeibi Medeiros, viu no encontro a “possibilidade de vislumbrar um futuro melhor para o estado”.
“Vários grupos como o governo, as Forças Armadas, as universidades e a comunidade de inovação em conjunto podem encontrar soluções para resolver os problemas que nos afligem. Existe uma dificuldade da Amazônia conhecer a Amazônia, a questão da logística é muito complicada, de repente se unindo aqui a gente pode encontrar soluções”, completou o Jeibi.
Fonte: Acritica