08/04/2025 08:32

Empresa nº 1 da China e 4ª colocada no mercado mundial de smartphones troca de nome por disputa com operadora de telefonia; preços e modelos não foram divulgados

Por Gustavo Soares

SÃO PAULO – A marca chinesa de smartphones Vivo anunciou nesta segunda-feira (7) que chega ao Brasil sob o nome Jovi e com ênfase em fotografia, design e produção local. Os primeiros aparelhos, fabricados em Manaus, devem chegar ao mercado nacional ainda neste trimestre.

Presente em mais de 60 países com 500 milhões de usuários, a Vivo é uma das principais fabricantes da China, onde liderou o segmento no quarto trimestre de 2024 com 18% de participação, segundo dados da Counterpoint, ligeiramente à frente de Apple e Huawei, com 17% cada uma. No mundo, ficou em quarto lugar no fim do ano, com 8%, atrás de Apple (23%), Samsung (16%) e Xiaomi (13%).

Segundo a empresa, a produção na Zona Franca fomenta o desenvolvimento local, garante maior competitividade e aproxima a marca do consumidor brasileiro. A Jovi ainda não divulgou os modelos que serão disponibilizados nem seus preços.

A Vivo estava de olho no Brasil há pelo menos quatro anos, mas havia adiado, entre outros motivos, por causa da disputa do uso da marca com a Telefônica. A empresa chinesa teve então de registrar a nova identidade no país, mas não vê o arranjo como negativo.

"A entrada com outro nome também nos permite registrar a chegada ao Brasil com uma nova energia", afirmou a companhia em nota.

Ranking global de participação de mercado:

1º Apple 23%
2º Samsung 16%
3º Xiaomi 13%
4º Vivo (Jovi) 8%

As operações locais foram montadas em parceria com a DDR, fabricante de equipamentos eletrônicos em Manaus. A parceria prevê ainda a criação de um centro de design e inovação no Brasil.

A colaboração permitirá a incorporação de tecnologias como um revestimento que visa reduzir reflexos e distorções nas imagens. A empresa também adotará algoritmos de IA, estabilização avançada e sensores de alta resolução.

A Vivo divide seus catálogos nas linhas X (mais premium), V, Y e T (mais acessíveis). Os mais avançados hoje são o X100 Pro e o dobrável Fold3 Pro.

O mercado brasileiro enfrenta nos últimos anos a chegada em peso de marcas chinesas de celulares. Outra estreante recente foi a Honor, antiga subsidiária da Huawei, que abriu sua filial no Brasil em janeiro. Ela se juntou à Oppo, que chegou em 2022, e à Realme, que começou a operação em 2021.

A Realme, por exemplo, retomou sua produção no país no fim de 2023. A Xiaomi também avançou com fábricas em 2021 para acelerar a produção de smartphones no Brasil. A empresa, no entanto, já fabrica na Índia e na África, em menor escala. As líderes do segmento no país seguem sendo Lenovo, e Samsung.

Matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo em 08/04/2025