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Caminho para o futuro: ‘A bioeconomia é a vocação da Amazônia’

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18/09/2023 09:12

Roseli Mello, líder em pesquisa e desenvolvimento da Natura, aposta na abordagem econômica sustentável

Luana Carvalholuanacarvalho@acritica.com

17/09/2023 às 14:15.

Atualizado em 17/09/2023 às 14:15


A Zona Franca de Manaus, há décadas, tem desempenhado um papel vital na economia do Amazonas e do Brasil. No entanto, à medida que os desafios econômicos, com constantes ameaças ao modelo de economia do Estado, se intensificam, surge a necessidade de explorar alternativas para impulsionar o desenvolvimento da região. A bioeconomia emerge como um conceito promissor que pode oferecer uma nova matriz econômica para a região.

Líder global de Pesquisa e Desenvolvimento da Natura&Co, Roseli Mello, acredita que o modelo seja uma das soluções econômicas em potencial para o Amazonas. “Eu vejo que o Brasil, especificamente a região amazônica, têm uma grande oportunidade de se desenvolver a partir da bioeconomia. Esse círculo virtuoso que é usar a vocação daquele lugar na geração de renda, valores, agregando nos benefícios ao meio ambiente, como a redução de Co2, pode fazer uma nova economia girar”, disse, em entrevista ao +Dinheiro na última semana, quando a companhia anunciou novas metas em sua Visão 2030 para responder aos desafios mais urgentes da região.

A Natura &Co, um grupo global guiado por propósito, multicanal e multimarca, que inclui Avon, Natura e The Body Shop, registrou receita líquida de R$ 36,3 bilhões em 2022. Especificamente a Natura, que possui uma fábrica e centro de biotecnologia no estado vizinho, o Pará, tem usado os recursos naturais da Amazônia, especialmente em comunidades extrativistas, de forma sustentável.

“Eu sempre acredito que se conseguirmos dar uma condição digna de vida para os moradores da região, elas não precisarão desmatar a floresta e não vão permitir que façam isso, pois terão uma fonte de sustento, de desenvolvimento”, opina.

Com a imensa biodiversidade, o estado tem potencial para se tornar um líder na produção sustentável de produtos biológicos, não só de cosmética, mas também de alimentos, produtos farmacêuticos e bioenergia, segundo a especialista.

“A exploração sustentável dos recursos naturais da Amazônia, aliada à pesquisa científica e inovação, pode criar um novo motor econômico”.

Transição

A transição para a bioeconomia não está sendo uma tarefa simples, e exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e capacitação da força de trabalho. Além de políticas públicas, as parcerias, segundo Roseli, também são fundamentais para fazer dar certo. “No caso da Natura, fazemos expedições, buscando novas oportunidades e parcerias com as universidades e centros de pesquisa. É importante que exista esse trabalho conjunto”, ressalta a executiva.

A empresa adquire ingredientes naturais, como óleos vegetais, ervas e extratos de plantas, de comunidades extrativistas na Amazônia. Isso ajuda a gerar renda para as comunidades e promove a conservação das florestas. Também estabelece parcerias de longo prazo com as comunidades locais, fornecendo treinamento e assistência técnica para melhorar a qualidade e a produção dos ingredientes naturais.

A Natura&Co também se envolve em projetos de conservação ambiental e restauração de áreas degradadas na Amazônia, contribuindo para a preservação do ecossistema. Através da certificação com selos de comércio justo e sustentável, as comunidades extrativistas recebam preços justos por seus produtos e possuem participação ativa e a tomada de decisões relacionadas às atividades extrativistas.

Destaque

Em Benevides, no Pará, a Natura hospeda o Ecoparque, um centro tecnológico no meio da floresta que pesquisa ativos e leva negócios para a região, estabelecendo sempre a sustentabilidade social e ambiental como fio condutor. Lá, é manejado espécies como priprioca, ucuuba, patauá, tucumã, e muitos outros bioativos de forma sustentável.

Visão 2030 prioriza o meio ambiente

Evento aconteceu no ‘Dia da Amazônia’, 5 de setembro, em São Paulo (Foto: Divulgação)

Evento aconteceu no ‘Dia da Amazônia’, 5 de setembro, em São Paulo (Foto: Divulgação)

Companhia atualizou seus compromissos para proteger a biodiversidade, garantir renda digna e investimentos em práticas regenerativas.

Na semana passada, a Natura &Co América Latina anunciou a atualização da sua Visão 2030, batizada de Compromisso com a Vida e informou que, desde 2020 até agora a multinacional contribuiu para manter 2 milhões de hectares de floresta conservada, colaborando com o sustento de 10,6 mil famílias agroextrativistas com a utilização de 42 bioingredientes da Amazônia.

Na nova meta, a empresa quer seguir neutralizando 100% da emissões residuais, adquirindo pelo menos 50% desses créditos em projetos na Amazônia, prioritariamente nas comunidades agroextrativistas. Outra meta é contribuir com a regeneração de 3 milhões de hectares de floresta, chegar a ao número de 54 bioingredientes da sociobiodiversidade amazônica e aumentar em 4 vezes a compra de insumos da região.

Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, comentou sobre os novos compromissos. “Não dá pra querer cuidar do planeta sem cuidar de cada um, seja onde for. Esse sentimento que nos habita é um sentimento transformador. Se a gente sonha para 2030, pra amanhã e pra hoje com uma sociedade menos desigual, justa e equilibrada, a gente será capaz de transformar. A gente acredita na possibilidade de transformação, que é o traço mais definidor de nós mesmos. Acreditamos na interdependência e na capacidade de sermos agentes transformadores”.

Outra ambição correspondente ao pilar é a de mover esforços para que países cooperem entre si para estabelecer regras de repartição de benefícios harmonizadas, direcionadas principalmente às comunidades locais e tradicionais. Para tangibilizar sua jornada de enfrentamento ao desmatamento, Natura &Co América Latina pretende ainda engajar 20 milhões de pessoas por ano em ações ligadas à Causa Amazônia Viva.

No segundo pilar, a Natura &Co América Latina mantém meta global já anunciada no passado, de garantir ao menos 30% de posições gerenciais ocupadas por pessoas de grupos sub-representados. Entre o conjunto de metas neste pilar está ainda o de garantir salário digno ou acima dele a todos os colaboradores a partir de 2023.

Fonte: Acritica

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