15/06/2023 11:30
Avaliação foi feita ao ser questionado no podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, sobre o futuro dos bionegócios na região
Waldick Junior
online@acritica.com
13/06/2023 às 19:09.
Atualizado em 13/06/2023 às 20:00
Para o economista e gestor do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), Fábio Calderaro, a bioeconomia não vai substituir o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM). A avaliação foi feita ao ser questionado no podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, sobre o futuro dos bionegócios na região e se podem ocupar o lugar do Polo Industrial amazonense.
“Acredito que a bioeconomia, a importância dela, [não] vai [nem] sequer substituir o modelo Zona Franca e no curto e médio prazo nem vai complementar. O PIM faturou, em 2022, R$ 164 bilhões. A cadeia produtiva amazônica que todo mundo conhece, a mais famosa, é a do açaí, não faturou R$ 400 milhões no mesmo ano”, disse.
Dados da Suframa mostram que o faturamento no ano passado foi de R$ 174,1 milhões.
Na semana passada, os parlamentares que formaram o Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Tributária entregaram um relatório à Câmara com apontamentos sobre o tema. Um deles é a necessária manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca enquanto se avança “na construção de um novo modelo”. O texto não deixa claro se seria para substituir ou complementar o atual Polo Industrial.
Coexistência
Para Fábio Calderaro, a bioeconomia deve coexistir com a Zona Franca, mesmo porque é dependente da atividade industrial praticada no Amazonas. “Se o nosso modelo não for preservado, não conseguiremos levar os recursos necessários para o desenvolvimento nem da bioeconomia muito menos para biotecnologia”, pontuou.
De acordo com ele, a bioeconomia deve ser encarada como uma atividade econômica com potencial para alcançar o interior do Amazonas, região historicamente afetada pela alta concentração da atividade econômica do estado na capital, Manaus.
“Como setores da atividade que levam a atividade produtiva para o interior, gerando emprego e renda, acho isso extremamente importante”, avaliou.
Fábio Calderaro está na administração do CBA desde 2019, quando foi indicado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do então superintendente da Suframa, Alfredo Menezes.
Hoje, ajuda na transição do CBA para a Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA), vencedora do edital para escolha de uma organização social que pudesse fazer a gerência do Centro. O decreto de ‘conclusão’ do processo foi assinado pelo presidente Lula (PT) no mês passado.
De acordo com ele, atualmente o Conselho de Administração do CBA está sendo definido. Além disso, deverá haver a assinatura do contrato de gestão com a FUEA. “Acredito que em no máximo um mês o contrato está assinado [….] a transição deve durar uns dois meses”, disse.
Fonte: SIMMMEM