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Balança comercial mostra recuperação

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20/03/2024 10:49

Por Marco Dassori

A corrente de comércio exterior do Amazonas reforçou alta em fevereiro, sinalizando que o PIM já deixou para trás os piores rescaldos da crise da vazante. As exportações e importações somaram US$ 1.43 bilhão, constituindo uma escalada de 37,50% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 1.04 bilhão). Os números são do Mdic e foram disponibilizados pelo site do Comex Stat. A base de dados revela índices de crescimentos de dois dígitos para as aquisições de partes e peças estrangeiras para o Polo Industrial de Manaus, e também para as vendas externas de seus manufaturados.

As exportações somaram US$ 72.60 milhões, ficando 25,10% abaixo de janeiro (US$ 96.93 milhões) e 23,01% superiores à marca do mesmo mês de 2023 (US$ 59.02 milhões). As importações, que predominam na balança comercial do Estado, encolheram 11,11% na virada mensal, de US$ 1.53 bilhão para US$ 1.36 bilhão. Mas decolaram 38,54% no confronto com fevereiro do ano passado (US$ 981.66 milhões). O bimestre (US$ 169.53 milhões) rendeu alta de 26,66% para as vendas externas e incremento de 31,96% nas aquisições do Estado no estrangeiro (US$ 2.89 bilhões).

A análise trimestral, que é usada para captar tendências, indica recuperação para as importações e exportações amazonenses. As aquisições de insumos e manufaturados no exterior somaram US$ 4.03 bilhões nos três meses compreendidos entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, 72,22% a mais do que no acumulado de setembro a novembro do ano passado (US$ 2.34 bilhões). A mesma comparação confirmou expansão de 26,23% nas vendas externas, com US$ 238.09 milhões contra US$ 188.61 milhões, na mesma ordem.

Os números também confirmam o arrefecimento nos impactos logísticos da crise logística gerada pela vazante histórica de 2023. Em fevereiro deste ano, 65,09% do volume de importações do Estado vieram pelo modal marítimo, que saltou de US$ 605.61 milhões (2023) para US$ 885.20 milhões (2024), no confronto com os valores de 12 meses atrás. O valor embarcado pelo modal aéreo, contudo, seguiu elevado, e progrediu 25,76% na mesma comparação, com US$ 472.81 milhões (2024) contra US$ 375.96 milhões (2023).

Insumos e manufaturados

Dominado por insumos para o PIM, o ranking de importações do Amazonas também teve altas nas aquisições de combustíveis, e manufaturados prontos. Foi encabeçado por circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 293.82 milhões); óleos de petróleo” (US$ 173.53 milhões); e discos, fitas e outros suportes para gravação (US$ 97.78 milhões). Com itens 550 listados, a pauta incluiu ainda partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 54.13 milhões); polímeros de etileno (US$ 48.89 milhões); celulares (US$ 48.14 milhões); e componentes para eletroeletrônicos (US$ 41.53 milhões).

Em fevereiro, a China (US$ 478.59 milhões) renovou sua liderança entre os maiores fornecedores para o PIM, com aumento de 29,96% na comparação com o valor de um ano atrás (US$ 368.25 milhões). Os demais foram Rússia (US$ 144.23 milhões), Estados Unidos (US$ 138.78 milhões), Vietnã (US$ 117.33 milhões), Coreia do Sul (US$ 99.01 milhões), Taiwan/Formosa (US$ 68.57 milhões), Japão (US$ 40.59 milhões) e Indonésia (US$ 29.75 milhões), entre as 87 nações que venderam produtos ao Estado, no mês passado.

Do lado das exportações, a Alemanha (US$ 13.10 milhões) despontou novamente em um atípico primeiro lugar, com decolagem de 2.300,06% sobre fevereiro de 2023 (US$ 545.365), graças basicamente ao aumento de suas aquisições de ouro (US$ 13.06 milhões). Na sequência estão Argentina (US$ 9.39 milhões), Venezuela (US$ 9.09 milhões) – cujas compras são prioritariamente de produtos alimentícios, incluindo concentrados –, Colômbia (US$ 7.60 milhões), Bolívia (US$ 7.26 milhões), EUA (US$ 5.61 milhões) e China (US$ 3.45 milhões), em uma lista de 67 países.

Tradicionais carros-chefes do PIM, preparações alimentícias/concentrados (US$ 17.44 milhões) e motocicletas (US$ 13.06 milhões) retomaram o topo do ranking dos embarques do Amazonas ao exterior, em um rol de 360 itens. O ouro (US$ 13.06 milhões), que havia liderado a pauta no mês passado, caiu para a terceira posição, sendo seguido por “desperdícios, resíduos e sucata” de ferro ou aço (US$ 3.14 milhões). Os próximos manufaturados do PIM aparecem na sexta, sétima, 19ª e 21ª posições em diante – barbeadores (US$ 2.40 milhões), celulares (US$ 2.30 milhões), isqueiros (US$ 469.777) e canetas (US$ 436.624).

Perspectivas positivas

O diretor adjunto de Infraestrutura, Transporte e Logística da Fieam, coordenador da Comissão de Logística do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Augusto Cesar Rocha, avalia que “um primeiro olhar” nos números de fevereiro indicam um sinal positivo. No entendimento do especialista, o avanço anual no fluxo de faturamento dá a sensação de que estamos com maior valor agregado nos produtos.

“Fiquei com a impressão que a queda [mensal] em alguns fluxos [de importações] pode sinalizar eventual alteração de fornecedores para produção nacional. Em relação às exportações, me pareceu muito positivo os mercados novos. Isso também me surpreendeu. O posicionamento dos fornecedores asiáticos é interessante e marcante. Vale prestar atenção sobre esta corrente no longo prazo”, ressaltou, acrescentando que a tendência é positiva para a balança comercial do Amazonas, nos próximos meses.

Já o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), ressaltou que a redução entre janeiro e mensal entra na “cota de normalidade” da corrente de comércio exterior do Estado, em função da sazonalidade do calendário e da menor quantidade de dias úteis. Os dados de importações estariam dentro do esperado, com o retorno à normalidade do fluxo logístico e o aumento na quantidade de vendas de componentes do PIM oriundas da China e demais fornecedores asiáticos.

“Nas exportações, há uma ascendência muito grande do ouro, em volume que tem surpreendido. É um produto que tem se tornado muito atrativo para o mercado internacional, principalmente a Europa. Com relação, aos manufaturados do PIM, há uma queda na demanda da Colômbia e a pulverização dos concentrados para os demais países da América Latina. Ainda não temos motivos para preocupações. Acredito que o comércio exterior tende a crescer em 2024, por conta da abertura de novos mercados”, arrematou.

Fonte: JCAM

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