CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Clipping

​Aos 57 anos, Zona Franca sonha em virar polo industrial mais ESG do mundo

  1. Principal
  2. Clipping

07/12/2024 14:05

Giuliana Saringer
Do UOL, em Manaus (AM)*

A Zona Franca de Manaus completou 57 anos em fevereiro de 2024 e tem um sonho ambicioso: se tornar o polo industrial mais ESG do mundo. Para atingir o objetivo, empresas da região estão buscando certificações e realizando os processos para avaliar qual a emissão de carbono de cada uma delas.

O que é ESG

ESG é a sigla em inglês para ambiental, social e governança. O conceito abrange um conjunto de práticas "voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial", segundo definição do Sebrae.

Empresas precisam de laudo de impacto ambiental para atuar na região. A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) pede o documento para todas as companhias que entram com pedidos para estabelecerem suas fábricas. O documento é feito pelo Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia e, sem ele, os projetos não são aprovados.

Suframa quer regulamentação ESG específica para a região. Meta é transformar Zona Franca no polo industrial mais ESG do mundo.

“Isso obviamente precisa ser trabalhado, conversado com as indústrias, mas há um desejo da atual gestão de criar talvez o polo industrial mais ESG do planeta. Isso é um sonho nosso, talvez a gente consiga iniciar esse processo de regulamentação a partir do ano que vem. Só precisamos saber o caminho adequado de fazê-lo sem representar mais um problema para as indústrias, mas uma inovação que vai atrair ainda mais negócios para a Zona Franca.” - Luiz Frederico Aguiar, superintendente adjunto executivo da Suframa

Certificação ESG

Duas indústrias do polo possuem certificação ESG. Segundo Régia Moreira, conselheira e coordenadora da Comissão CIEAM de ESG, as companhias que possuem o documento são a BIC e a Visteon. Moreira diz que outras indústrias estão no processo de certificação, como a Impram (Impressora Amazonense), empresa da qual é dona.

“Minha empresa já tem pacto firmado, mas ainda não concluímos, porque a jornada é longa. Eu fiz o meu [inventário de carbono] e me assustei. Já mudei todos os carros: ou vão ser carros elétricos, ou [movidos] a etanol. Não uso mais nenhum outro combustível fóssil.” - Régia Moreira, coordenadora da Comissão CIEAM ESG.

Combate à desigualdade regional

A Zona Franca de Manaus, como o nome denuncia, está localizada na capital do Amazonas e é um polo industrial criado em 1957. No início, o objetivo era ser um porto livre destinado ao armazenamento, beneficiamento e retirada de produtos do exterior. Em 1967, a Zona Franca foi reformulada e passou a ter como papel principal diminuir desigualdades regionais — e é esta data que se comemora o aniversário de criação da região, segundo a Suframa

Com 10 mil metros quadrados, hoje região tem 507 empresas incentivadas. As companhias geram cerca de 500 milhões de empregos, segundo a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

Zona Franca foi criada com prazo até 1997. Em 1988, ganhou prorrogação por mais 25 anos. Em 2014, ganhou mais 50 anos de existência e, hoje, seu prazo para acabar é em 2073. As prorrogações foram feitas para garantir segurança jurídica para investimentos a longo prazo na região, segundo a Suframa.

Zona Franca pode virar ESG?

Qualquer empresa pode atingir padrões ESG. É o que diz Cristine Naum, sócia-diretora da Antevê Consultoria ESG. Segundo Naum, o processo não precisa ser feito todo de uma vez e pode ser construído à medida que a empresa tem dinheiro para investir.

Foco deve ser mostrar comprometimento com a causa. Naum afirma que empresas precisam de aprimoramento constante nas práticas para garantir o reconhecimento de ESG.

Primeiro passo é fazer um diagnóstico da situação da empresa. Desta forma, a companhia consegue entender o que ela já tem que cumpre as práticas ESG e o que precisa ser implementado, possibilitando a criação de estratégias de ação.

Hoje maior problema das empresas é a emissão de gases de efeito estufa. O inventário de emissões, por exemplo, é um dos primeiros passos para todas as empresas.

“A empresa fica geralmente impressionada, acha que não vai conseguir fazer nada, que vai gastar o dinheiro todo dela. As empresas precisam priorizar. O mais importante é saber se está cumprindo a lei, onde estão os principais riscos e fazer um inventário de gases de efeito estufa que dá um diagnóstico importante da companhia.” - Cristine Naum, especialista em ESG.

Trabalho de ESG precisa ser constante. Naum diz que a partir do momento que a empresa quer se alinhar com as práticas, precisa continuar se aprimorando para sempre, em um movimento de melhoria contínua. A especialista defende que pensar em sustentabilidade, por exemplo, não é uma questão de ideologia, mas de negócio e competitividade.

“Cada vez mais investidores buscam ESG para investir em empresas, linhas de crédito em banco dependem do que a empresa faz de ESG, assim como algumas negociações, na Europa principalmente, que exige condições ESG para negociar. O cerco está fechando, e estamos falando de realização de negócios, não de crença.” - Cristine Naum, especialista de ESG.

*A repórter viajou a Manaus a convite do CIEAM.

Fonte: UOL

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House