10/10/2023 10:54
A indústria está interessada em adotar a tecnologia 5G nas operações, mas não parece ter muita ideia de como fazer isso.
É o quadro que fica de uma pesquisa da CNI com empresários industriais, na qual 61% dos participantes disseram que consideram “importante ou muito importante” adotar a tecnologia 5G.
Ao mesmo tempo, os dados mostram que 54% das empresas ouvidas sequer discutem a instalação da rede.
Uma resposta do porque disso se dá olhando para o estágio das iniciativas sobre 5G das empresas que responderam que sim acham a adoção da tecnologia relevante.
Delas, 35% responderam que discutem o tema, mas não têm plano formal de implementação.
Outros 14% já têm um planejamento para aderir e apenas 8% já instalaram a rede. Já entre todas as empresas ouvidas, apenas 6% têm o 5G instalado na empresa.
A pesquisa ouviu 1.002 profissionais que lideram a área de tecnologia de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes.
Ainda há um longo caminho pela frente. A falta de conhecimento sobre as capacidades da tecnologia 5G é apontada por quase metade dos empresários - 47% têm pouco ou nenhum conhecimento.
O baixo conhecimento em relação à tecnologia provavelmente também explica a indicação – por 54% dos empresários – da área de vendas como a maior beneficiária pela rede 5G.
Na visão da CNI a situação é problemática, porque a aplicação chave do 5G n a verdade é na modernização da produção industrial, dentro do conceito de Indústria 4.0.
“Há uma expectativa em relação ao 5G na indústria porque ele é o passaporte para a aceleração e o avanço da digitalização brasileira. A rede contribui diretamente para a automação e a integração de diferentes tecnologias que incluem inteligência artificial, robótica e internet das coisas”, afirma a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha
A pesquisa da CNI inclui os três tipos de rede 5G possíveis: privativa, quando a rede é independente e administrada pela própria empresa; híbrida, quando o controle é feito por uma operadora pública e alguns recursos são oferecidos à empresa; e pública, quando a rede é fornecida pelas operadoras públicas e compartilhada com outros usuários.
BARREIRAS PARA REDES PRIVATIVAS
Quando questionados sobre os obstáculos à adoção da tecnologia 5G, 64% dos empresários apontaram a falta de infraestrutura adequada na região das empresas como principal barreira externa.
O alto custo de soluções e equipamentos para as redes privativas, a falta de suporte das operadoras de telecomunicações nos serviços prestados e o alto custo das operadoras para o fornecimento e manutenção do serviço empatam em segundo lugar. E nas barreiras internas, o alto custo para implementar a tecnologia é apontado como a principal dificuldade.
“Os resultados ressaltam a importância da expansão da rede 5G geograficamente. Se a rede ainda não chegou em determinada região, a empresa tem como alternativa a instalação de rede privativa, mas o custo pode ser elevado porque requer investimento em hardware e conhecimento para administrar”, explica Cunha.
Os empresários ouvidos durante a pesquisa não pretendem fazer investimentos em redes privativas imediatamente: 20% pretendem investir em um período de 12 a 18 meses e 41% daqui a 18 meses ou mais.
Do grupo que já tem um plano de investimento, 48% das empresas levarão mais de um ano para investir, e 40% daqueles que consideram a adoção muito importante ou importante devem investir na rede privativa em um prazo de mais de 18 meses.
ADEUS CABOS
De acordo com a pesquisa, os maiores benefícios esperados pelos executivos em relação às redes de conexão usadas atualmente são o abandono do cabeamento, graças a uma rede sem fio com capacidades semelhantes ou superiores, a diminuição de latência e – empatados – a capacidade de conectar mais dispositivos e o aumento da confiabilidade da conexão.
Já os principais motivos que levaram ou poderiam levar os empresários a adotarem uma rede 5G são a capacidade de conexão sem fio em alta velocidade, a capacidade de monitoramento do controle de qualidade em todo o processo produtivo e a redução dos custos gerais.
Fonte: Baguete