10/07/2018
Notícia publicada pelo portal D24AM
Estudo divulgado nesta segunda-feira (9), pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) revela que poucas vezes nos últimos 22 anos os
brasileiros ficaram
tão preocupados com o emprego quanto agora. O
Índice de Medo do Desemprego (IMD) de junho cresceu 4,2 pontos em
relação a março, e atingiu 67,9 pontos, o maior da série histórica do
levantamento iniciada em maio de 1996, empatado com os índices de maio
de 1999 e de junho de 2016.
O índice de junho está 18,3 pontos acima da média histórica, que é de 49,6
pontos. O indicador varia de zero a cem pontos e, quanto maior o valor,
maior o temor. “O medo do desemprego voltou para o maior nível que
tinha alcançado durante a crise, porque a recuperação da economia está
muito lenta e as pessoas ainda não perceberam a queda da inação
e a
melhora no emprego”, comenta o gerente-executivo de Pesquisas e
Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Pelo levantamento, o receio quanto ao desemprego vem crescendo mais
entre os homens. Enquanto entre as mulheres o medo teve alta de 2,8
pontos de março a junho, entre eles o aumento é de 5,6 pontos. Mesmo
com a alta no público masculino, as mulheres continuam sendo a parcela
da população com mais medo do desemprego que os homens – elas com
índice de 71,1 pontos e eles, 64,5 pontos.
A preocupação maior com emprego também está entre os brasileiros com
menor grau de instrução. “Entre os que possuem até a quarta série do
ensino fundamental, o indicador sobe de 62 para 72,4 pontos, ou seja, um
aumento de 10,4 pontos. Entre os que possuem educação superior, o IMD
passa de 59,9 para 60,5 pontos, o menor entre os extratos de grau de
instrução”, diz o estudo.
Satisfação
Outro levantamento divulgado hoje pela CNI, o Índice de Satisfação com a
Vida também teve uma piora, e caiu para 64,8 pontos, o menor nível desde
junho de 2016, quando alcançou 64,5 pontos. O indicador também varia de
zero a cem pontos. Quanto menor o indicador, menor é a satisfação com a
vida.
“Isso é reflexo
do aumento do desemprego e de outras questões que
envolvem a baixa expectativa sobre a melhora da situação financeira
das pessoas e até mesmo as incertezas políticas”, avalia Fonseca. “Os dois
indicadores mostram que as perspectivas da população para o futuro são
pessimistas. As pessoas ainda não estão confiantes
de que o País está
saindo da crise”, acrescenta.
A pesquisa mostra que a satisfação com a vida está menor na Região Sul,
onde o indicador caiu 5,3 pontos entre março e junho e cou
em 63,8
pontos. Nas demais regiões, a retração foi inferior a 2,3 pontos. Depois do
Sul, a satisfação com a vida é menor no Norte/Centro-Oeste (64,9 pontos),
seguido de Nordeste (65 pontos) e Sudeste (65,1 pontos)
Os dois levantamentos são trimestrais. Esta edição ouviu 2 mil pessoas em 128 municípios entre os dias 21 e 24 de junho.