09/07/2018
Notícia publicada pelo Jornal Acrítica
A americana Boeing vai assumir o controle das atividades civis da brasileira Embraer, com a formação de uma joint venture avaliada em 4,75 bilhões de dólares, que vai lhe permitir concorrer com a europeia Airbus no setor de aeronaves regionais.
O novo grupo, de capital fechado, será controlado em 80% pela Boeing, e os 20% restantes ficarão com a Embraer.
O grupo americano vai gerenciar as "atividades da Embraer no setor da aviação comercial e de serviços", indica um comunicado conjunto dos novos sócios.
O acordo final será submetido à aprovação do governo brasileiro - que dispõe de uma "golden share", a qual dá poder de veto a Brasília em questões estratégicas da Embraer.
As duas empresas "vão se posicionar para oferecer um portfólio completo de aviões comerciais altamente complementar (de 70 a mais de 450 assentos)", segundo o comunicado conjunto divulgado.
A transação, que acontece depois de inúmeras especulações, vai permitir à Boeing completar seu portfólio com aparelhos com uma capacidade de até 150 assentos.
O protocolo de acordo foi anunciado ontem, poucos dias depois de a Airbus selar uma aliança com a canadense Bombardier para fabricar aviões de médio alcance C Series, concorrentes da Embraer.
A sede da empresa ficará nas instalações da Embraer em São José dos Campos, São Paulo, mas "o controle operacional e de gestão da nova empresa" estará sob supervisão direta do CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, afirma o texto divulgado. "A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados", garantiu o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, em nota. A expectativa é que a associação seja contabilizada a
partir do começo de 2020 no capital da Boeing.
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