08/06/2018
Notícia publicada pelo Estadão
O dólar comercial fechou mais um pregão em alta ontem (7), com valorização de 2,3%,
cotado a R$ 3,926. Trata-se do maior valor desde o dia 1º de março de 2016, quando a
moeda fechou o dia vendida a R$ 3,941.
Em uma prévia durante o pregão, o dólar chegou a bater R$ 3,9684, recuando após
intervenção do Banco Central com a negociação de mais de US$ 6,8 bilhões de contratos de
swaps cambiais, equivalente à venda de dólar no mercado futuro. Desde fevereiro, o dólar
acumula alta de 23,44%.
De acordo com investidores, a pressão externa relacionada à melhora na economia dos
Estados Unidos tem atraído muito dólar para o país.
"Com a provável elevação na taxa de juros norte-americanas, em decorrência do aumento da
inflação naquele país, acaba ocorrendo um influxo de dólar para a compra de títulos públicos
dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que a economia dos EUA cresce, a do Brasil tende
a se enfraquecer, o que ajuda neste movimento", comentou o sócio-fundador do Grupo L&S.
Alexandre Wolwacz.
Instabilidade
No caso brasileiro, a "instabilidade política e econômica", que cresceu nas últimas semanas
após a greve dos caminhoneiros, também interfere no humor do mercado de câmbio,
segundo Wolwacz.
“Não se pode negar que a greve foi apenas um dos sintomas da situação do governo, que tem
dificuldade de manter a governabilidade e começa a perceber a necessidade de subir a taxa
de juros, mesmo com a nossa economia estagnada".
O dólar turismo, usado para quem vai fazer uma viagem internacional, estava sendo
vendido, na versão papel-moeda, a R$ 4,10 nas casas de câmbio consultadas pela Agência
Brasil em São Paulo, após o fim do pregão de hoje, já incluindo as taxas de compra. Na
versão cartão pré-pago, incluindo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a moeda
norte-americana estava sendo cotada a R$ 4,30.
Bolsa de valores
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) também registrou forte
queda de 2,98% no pregão de ontem, a 73.851 pontos. No pior momento do dia, a cotação do
Ibovespa chegou a cair para 6,5%, o menor índice registrado desde 16 de novembro de 2017.
Ações blue ship, de empresas de grande porte como Vale, Petrobras e Itaú, por exemplo, registravam quedas. Os papéis preferenciais da Petrobras (com direito a pagamento de lucros e dividendos) registravam queda de 3,49%. Vale e Itaú registraram baixas de 3,03% e 2,91%, respectivamente.