05/06/2018
Notícia publicada pelo Em Tempo Online
Mesmo com a redução de 0,68% no preço da gasolina anunciada nesta segunda-feira (4) pela Petrobras, para as refinarias o produto ainda pode chegar, facilmente, à casa dos R$ 5, em Manaus. A informação é do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcoois, e Gás Natural do Estado do Amazonas (Sindicam).
O reajuste das bombas da capital amazonense pode acontecer, uma vez que, nas últimas semanas, o aumento do combustível foi maior que a redução anunciada nesta segunda-feira. Com o último reajuste, a gasolina para as refinarias passa a ser R$ 1,9976 a partir desta terça-feira (5) – uma redução de 0,68% em relação aos R$ 2,0113 vigentes desde o último sábado (2).
A redução foi anunciada depois de duas altas consecutivas do produto. No sábado, a estatal anunciou uma alta expressiva do preço da gasolina em 2,25% para as refinarias, após um aumento de 0,74% anunciado na quarta-feira (30).
De acordo com o presidente do Sindicam, Luiz Felipe Moura, a gasolina pode chegar a custar R$ 5 na capital amazonense. “Isso depende da maneira com que cada posto vai operar. O mercado é livre. Ainda mais no nosso segmento”, comentou. Leia também: Petrobras aumenta preço da gasolina em 2,25% nas refinarias.
O dirigente informou também que a entidade já entrou em contato com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com os Procons e demais autoridades, pedindo auxílio junto às distribuidoras, tanto no que diz respeito à gasolina, quanto ao preço do diesel. “A ideia é convocarmos uma reunião para resolvermos todas as questões, principalmente sobre impostos cobrados. Não temos que brigar apenas pela gasolina, mas também pelo diesel”, salientou.
Alta assusta Para o autônomo Eduardo Pereira, se a gasolina realmente chegar a R$ 5, será um “sufoco” no orçamento. “Abasteci em um posto nesse valor no dia em que a gasolina estava em falta em Manaus. Ali, já senti uma grande diferença no bolso e foi apenas uma vez que isso aconteceu”, destacou. “Caso o preço de R$ 5 fique fixo, eu precisarei apertar os cintos em outras despesas. já que preciso utilizar o meu carro praticamente o dia inteiro”, acrescentou Eduardo. Ele contou que anda por quase todas as zonas da cidade durante o horário comercial.
“Com essas altas praticamente todos os dias, é inviável eu abastecer apenas uma vez por semana. Como faço muitas viagens ao longo do dia, já precisei abastecer o tanque até três vezes em uma única semana. Está sendo o meu maior gasto”, enfatizou.
A contadora Marlene dos Santos também contou que precisa abastecer o carro várias vezes ao longo da semana. “Vou começar a fazer um novo planejamento financeiro. Desta vez, incluindo um valor mais alto para abastecer o meu carro”, informou Marlene, que ainda desabafou. “Como consumidora me sinto lesada e considero isso uma falta de respeito com o povo. O dinheiro de ninguém cai do céu, e a gasolina é uma necessidade”, frisou a contabilista.
Reajustes em série A partir da nova política de reajuste de preço, somente este ano, a Petrobras aumentou o valor da gasolina mais de 40 vezes. A primeira delas foi quando o litro, sem tributos, custava R$ 1,57. Das 21 reduções “tímidas’ no preço da gasolina, cinco ocorreram durante a atual greve dos caminhoneiros, que começou no dia 21 de maio. Consumidores manauenses se sentem prejudicados com as constantes altas no preço da gasolina, que hoje custa R$ 4,69 na maioria dos postos de Manaus.