11/05/2018
Notícia publicada pelo site Valor Econômico
Em análise sobre o desenvolvimento na economia dos países da América
Latina, o Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou o Brasil como uma
das nações que está atuando em busca de reformas necessárias e importantes
em toda a região, mas advertiu para possíveis riscos com as eleições para a
Presidência da República, que vão ocorrer em outubro. "O crescimento na
América do Sul está sendo liderado pelo fim das recessões na Argentina, no
Brasil e no Equador."
O texto acrescenta ainda que preços mais altos das commodities e uma
moderação da inflação nesses países deu espaço para a flexibilização da
política monetária. "No Brasil, o PIB real deverá crescer em 2,3%, em 2018,
graças às condições externas favoráveis e à recuperação do consumo e do
investimento privados", afirma o Fundo.
"O aumento na atividade levará a uma deterioração moderada da conta
corrente."
Por outro lado, a instituição apontou que um eventual risco para o Brasil
poderá ocorrerá após as eleições marcadas para outubro. "Um risco chave, no
entanto, é que a agenda política pode mudar após a eleição presidencial de
outubro, dando origem à volatilidade do mercado e maior incerteza sobre as
perspectivas de médio prazo."
De maneira geral, o FMI apontou que as previsões para a economia estão
melhorando na maioria dos países da América Latina e do Caribe graças a
demandas mais fortes e a um ambiente global favorável que ajudou a
recuperação nos preços das commodities. "Mas, para garantir um
crescimento mais duradouro com benefícios generalizados, a região precisa
investir mais em setores-chave, como infraestrutura e educação, para
aumentar a produtividade no longo prazo", completou o Fundo.
Ao todo, a previsão do FMI para o crescimento da economia da região é de
2% em 2018 e 2,8% em 2019. Já o Brasil está com expectativa de crescer
2,3% em 2018 e 2,5% em 2019.
Entre as atividades a serem realizadas para melhorar ainda mais esses
números, o FMI mencionou o combate à corrupção "melhorando a
governança e o clima de negócios" e a abertura maior de comércio e de
mercados financeiros, "o que pode ser visto como um passo em direção a
uma maior integração global".