05/02/2018
Notícia publicada pelo jornal Acritica
Pouco mais de um mês depois de reduzir os juros básicos para o menor nível da história, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) faz a primeira reunião de 2018 esta semana para definir os rumos da Taxa Selic. A expectativa de instituições financeiras é que os juros caiam de 7% para 6,75% ao ano, segundo matéria da EBC.
Se a expectativa se confirmar, será o 11º corte seguido na taxa básica.
Em dezembro, o Copom reduziu, por unanimidade, a Selic em 0,5 ponto percentual, de 7,5% para 7% ao ano, o menor nível da história.
Anteriormente, o recorde inferior da taxa Selic havia sido registrado de outubro de 2012 a abril de 2013, quando a taxa ficou em 7,25% ao ano.
Em seguida, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015, patamar mantido nos meses seguintes. Somente em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
INFLAÇÃO
Apesar da expectativa do mercado financeiro de nova redução dos juros, o ex-diretor do Banco Central (BC) Carlos Eduardo Freitas diz que o ideal seria a autoridade monetária manter os juros básicos em 7% ao ano e esperar a próxima reunião, no fim de março, para decidir se baixará os juros.
Segundo ele, a taxa real diferença entre a Selic e a inflação está baixa, e uma nova redução traria o risco de a inflação ter uma leve alta.
"Minha impressão é que o Banco Central não tem espaço para cortar mais 0,25 ponto percentual da Selic. Isso pressionaria a demanda, que pode ficar em excesso num
momento de recuperação econômica e resultar na elevação de preços lá na frente.
Eu preferiria esperar até março para ver se a economia vai se firmar para decidir se é possível uma nova redução", diz Freitas.
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Referência
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda
que pressiona os preços. Ao reduzir, a tendência é baratear o crédito e incentivar a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
INFLAÇÃO
A expectativa do mercado financeiro é que a inflação, medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termine este ano em 3,95%, abaixo do centro da meta de, 4,5%.
Para o ex-diretor do Banco Central, também não existem motivos para o Banco Central aumentar os juros, mesmo com as seguidas altas nos preços dos combustíveis.
"Os combustíveis têm peso fraco no IPCA.
O índice de inflação é uma média e é importante lembrar que os demais preços estão sob controle.
Não vai existir uma supersafra este ano, mas isso não significa que os preços dos alimentos vão subir", acrescenta.