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Produtos que saem da floresta

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31/01/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Os produtos extraídos da floresta amazônica fazem sucesso praticamente desde que começaram a ser explorados comercialmente ainda nos primórdios da descoberta da região por aventureiros viajantes (mais exatamente pirarucu seco e carne de peixe-boi, no início do século 17), e tem sido assim até hoje. E mais. Ainda agora se descobre as mil e uma utilidades que esses produtos podem ter, principalmente os vegetais.

A mais recente descoberta, não com animais, mas com substratos extraídos de plantas, foi uma lip balm (pomada para os lábios), desenvolvida pelos farmacêuticos Fernanda Guilhon Simplicio, Salomão Rocha Martim e Leidyana Moraes da Costa, através de sua empresa de pesquisas e desenvolvimento, a Eora Fitocosméticos, incubada no CDTech/Ufam (Centro de Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico), localizado nas dependências da Universidade.

“Nosso objetivo sempre foi voltado para a produção de cosméticos naturais, que não tivessem qualquer produto químico, feitos a partir de matéria-prima da natureza amazônica”, falou Fernanda, que há mais de dez anos trabalha com plantas amazônicas.


O primeiro produto desenvolvido pelos pesquisadores foi uma base para sabonetes, e eles trabalham agora numa tintura para cabelo.

“Em 2016, dois dos nossos projetos (a base para sabonetes e a lip balm) foram selecionados pelo Programa Sinapse da Inovação Operação Amazonas, da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). Entre as 1.100 propostas inscritas, ficamos entre os 40 vencedores”, lembrou. “A partir de então, constituímos a Eora e passamos a receber o apoio integral do CDTech para iniciar nossas atividades”, contou.

“Com certeza nossa lip balm é o primeiro hidratante e protetor labial utilizando unicamente matéria-prima vegetal da Amazônia. O produto está em fase final de testes e será voltado para aqueles consumidores que procuram os chamados cosméticos verdes”, adiantou.

“Só não podemos revelar quais as matérias-primas utilizadas em nossos produtos, porque é um segredo industrial, mas garantimos que são naturais e amazônicos (raízes, cascas, folhas, flores, sementes, frutos e óleos). No caso do lip balm, sua formulação é inédita, e não consiste da simples incorporação de insumos vegetais em bases prontas produzidas com manteiga de cacau, karité, cupuaçu ou cera de abelha, por exemplo, como a maioria dos produtos similares no mercado”, disse.
Abertos a receber propostas

“Nosso produto não utiliza qualquer ingrediente de origem animal, oferecendo ao consumidor alternativa multifuncional, hidratante e fotoprotetor, livre de substâncias sintéticas, mais seguro para os usuários e para o meio ambiente e em consonância com a demanda do mercado por cosméticos inovadores e verdes”, esclareceu.

“O lip balm é multifuncional e unissex, direcionado a todos os interessados em utilizar um cosmético que ofereça saúde e beleza aos lábios, simultaneamente. O produto pode ser usado no dia-a-dia, como um auxiliar na prevenção de descamação e ressecamento dos lábios, além de proporcionar fotoproteção aos usuários”, adiantou. “O produto tem fácil aceitação no mercado, pois a comunidade em geral está cada vez mais interessada em bem-estar, saúde e beleza, com o mínimo de produtos. Somado a isso, o mercado de cosméticos é um dos que pouco sofrem os efeitos de recessões econômicas, sendo esses produtos considerados artigos de primeira necessidade”, completou.

Como empresa de pesquisas e desenvolvimento, Fernanda esclareceu que a Eora não pode industrializar os produtos que desenvolve mas, após testados e aprovados, são disponibilizados para empresas interessadas em industrializá-los. “Já fomos procurados por duas empresas interessadas em adquirir a fórmula do lip balm. Só posso adiantar que são empresas locais, que estão querendo entrar no mercado de cosméticos e estamos abertos a receber propostas de outras”, revelou.

Apresentado como projeto de iniciação científica pela estudante de graduação em Farmácia, Lívia da Rocha Fernandes, o lip balm recebeu o prêmio de melhor PIBIC da área de Saúde na XXVI edição do Conic (Congresso de Iniciação Científica 2016/2017).

Sobre a Eora

Desde 2011, os farmacêuticos Fernanda Guilhon Simplicio, Salomão Rocha Martim e Leidyana Moraes da Costa, já desenvolviam projetos de inovação tecnológica de cosméticos.

Em 2016 criaram a Eora, empresa de pesquisa e desenvolvimento, dedicada à criação de cosméticos inovadores, agregando valor ao potencial biotecnológico da floresta. A palavra eora é indígena e significa algo como ‘perder os sentidos’, no caso da empresa, uma alusão à ‘viajar nos próprios sentidos’ ao usar algum dos seus produtos.

Entre as descobertas dos três pesquisadores constam uma base para sabonetes, a lip balm e uma tintura para cabelo, esta, ainda no início das pesquisas. O projeto do hidrante e protetor labial teve ainda a colaboração da discente de graduação em Farmácia, Lívia da Rocha Fernandes, e da farmacêutica Clarissa Pereira Cirino, como consultora técnica do projeto.

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