16/12/2017
Notícia publicada pelo site Valor Econômico
A indústria perdeu participação, em ritmo
acentuado, no valor adicionado bruto (VAB) do país na passagem de 2014
para 2015. Por outro lado, o setor de serviços conquistou espaço no período.
É o que mostra a pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2015,
divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O valor adicionado bruto é a contribuição ao produto interno bruto pelas
diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor bruto da
produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. É
calculado em parceria com órgãos estaduais e a Superintendência da Zona
Franca de Manaus (Suframa).
De acordo com o levantamento, o valor adicionado bruto da indústria
apresentou queda nominal de 1,9% em 2015, frente a 2014. Desta forma, a
participação recuou de 23,8% em 2014 para 22,5% em 2015. Essa perda é
contínua desde 2010, período em que recuou 4,9 pontos percentuais de
participação.
Construção e indústrias extrativas tiveram a maior queda de participação no
PIB nacional. Por outro lado, as indústrias de transformação e de eletricidade
e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
ampliaram espaço. A indústria de transformação cresceu puxada pelo refino,
cujo valor adicionado foi beneficiado pela queda do preço no barril de
petróleo (insumo da atividade).
O município de São Paulo manteve-se como o principal polo industrial do
país, com participação de 5,5%. A segunda posição foi ocupada pelo
município do Rio de Janeiro, com 3,3%, seguido por Manaus (1,9%).
Segundo o IBGE, a indústria era a atividade presente em menos municípios.
Em 2015, 83 municípios respondiam por metade do valor adicionado bruto
da indústria e a 33,2% da população. No mesmo ano, 2.771 municípios
responderam por apenas 1% do valor adicionado bruto do setor.
Serviços
Em contrapartida à perda de participação da indústria, a fatia do valor
adicionado bruto do setor de serviços seguiu em ascensão ao passar de 71,2%
para 72,5%. Os maiores incrementos na participação foram verificados nas
atividades administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade
social; e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.
O peso da agropecuária, por sua vez, manteve-se estável de 2014 e 2015, em
5% do valor adicionado bruto do país.
Administração pública
Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.511 (45,1% do total) tinham mais de um
terço do valor adicionado bruto dependente da atividade da administração
pública em 2015, de acordo com o IBGE. A maioria destes estava localizada
nas regiões Norte e Nordeste
Os municípios que apresentaram as maiores participações das atividades de
administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social no valor
adicionado bruto total do município eram Uiramutã (RR), 82%; Rio da
Conceição (TO) e Vitória do Jari (AP), ambos com 76,8%; Salgadinho (PB) e
Santo Antônio dos Milagres (PI), ambos com 76,4%.
Na média nacional, a administração pública respondia por 17,2% do valor
adicionado bruto. Das 27 capitais brasileiras, 15 tinham percentual superior à
média nacional. Um destaque óbvio é Brasília (DF), onde 44,7% do valor
adicionado bruto vem da administração pública. Logo atrás está Boa Vista
(RR), com 43%, segundo a pesquisa do IBGE.
No outro extremo, destacam-se como menor participação a capital de São Paulo, com apenas 7,7%.