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Se mercado for aberto, indústria automotiva fecha, diz presidente da Mercedes

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28/11/2017

Matéria publicada pelo site do Estadão

De acordo com Phillip Schiemer, CEO da empresa para o Brasil e América Latina, se houver redução de alíquotas de importações, como sugere o Banco Mundial, todas as indústrias automotivas fecharão.

O presidente da Mercedes-Benz do Brasil e diretor executivo para a América Latina, Phillip Schiemer, disse nesta terça-feira, 28, em evento no Insper que, se ocorrer uma abertura do mercado automotivo com redução de alíquotas de importações, como sugere relatório do Banco Mundial, quase todas as indústrias fecharão.

Para ele, um dos problemas da indústria automotiva e que pesa muito nas decisões é não saber o que vai acontecer amanhã. "Amanhã vamos abrir o País, ótimo. E daqui a dois anos, vamos fechar o País de novo? Então o maior problema do Brasil para a indústria automobilística é a falta de previsibilidade das coisas", disse.

A indústria, de acordo com o presidente da Mercedes, precisa de uma previsão do que vai acontecer nos próximos 20 ou 30 anos. "Os ciclos de investimentos, e eu represento uma base maior porque para automóveis se fala de cinco a sete anos e caminhões e ônibus de 15 anos. Então precisamos de uma previsibilidade", disse.

"Então sem dúvida que. se amanhã abrirmos o mercado, pode se fechar quase todas as indústrias aqui. Aí o problema é da indústria? Não é porque se eu olho a nossa indústria, a nossa fábrica por dentro, as coisas estão funcionando bem. A questão é o quanto estamos competitivos como país e como podíamos trabalhar aqui", reclamou o executivo.

De acordo com Schiemer, a indústria vai acompanhar e participar desta discussão. "Mas não podemos achar que daqui a seis meses pode mudar todo o nosso modelo", disse. Sobre a retirada do Inovar-Auto, ele sugeriu que a saída deveria ser gradual.

Neste ponto, o assessor especial do Ministério da Fazenda para reforma microeconômica, João Manoel de Pinho Mello, discordou do presidente da Mercedes. De acordo com ele, o governo gostaria de transitar com suavidade, mas infelizmente terá que "trocar o pneu" com o carro andando e virando-se para o presidente da Mercedes.

Ele disse ainda que "essa pressão que você coloca faz o carro andar; dito isso, no que se refere ao Inovar-Auto e possivelmente à política que o substituirá, eu acho melhor não fazermos o substituto sem que tenhamos uma ideia precisa do que a gente quer com isso e como transitar". Mesmo porque, segundo o assessor, o Inovar-Auto foi considerado ilegal pela OMC e, se é para continuar ilegal, é preciso se reconsiderar.

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