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Azevedo lamenta que PIM não tenha sido prioridade para prefeituráveis

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17/11/2020

Fonte: EM TEMPO

Em bate-papo com o jornalista Juscelino Taketomi, Nelson Azevedo, economista e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), faz uma análise das funções e deveres que o próximo prefeito eleito deve ter com o Polo Industrial de Manaus (PIM). Azevedo cita, além disso, quais as expectativas em relação ao setor privado e alerta os eleitores sobre os candidatos escolhidos.

EM TEMPO - O que esperar do próximo prefeito eleito em Manaus?

Nelson Azevedo - Honestamente, devo lamentar que o Polo Industrial de Manaus, a correia de transmissão de mais de 80% da nossa economia, não tenha sido colocado entre as prioridades dos candidatos à Prefeitura de Manaus do ano de 2020. Aliás, tem sido assim, ao longo as campanhas. É como se não fosse importante a geração de empregos e de muita riqueza que é oferecida e nem sempre aplicada para Manaus, Amazonas e o Brasil. Estamos correndo risco das surpreendentes canetadas, por exemplo, com a Reforma Tributária, além das perseguições de praxe dos estados mais ricos, e é preciso que este assunto seja destacado nos debates sobre o nosso futuro. Senão, como é que fica se as empresas debandarem com mais impostos do que pagam?

EM TEMPO - Como poderia ser a relação do Distrito Industrial com a prefeitura Municipal de Manaus?

Nelson Azevedo - O artigo 49, do decreto-lei 288/67, que criou a Zona Franca de Manaus, prevê que a prefeitura integre os entes federativos que incentivem economia da ZFM. Afinal, são as empresas que recolhem 50% dos impostos que dão suporte ao trabalho da Prefeitura. É um Pai Nosso que é rezado apenas até o “venha nós o vosso reino...”

EM TEMPO - E o que compete à Prefeitura oferecer como contrapartida, além da isenção do ISS para as empresas que estão em fase de instalação que a Lei determina?

Nelson Azevedo - Cuidar da galinha dos ovos de ouro de Manaus, o PIM, e isso quer dizer manutenção das vias do pólo industrial de Manaus, urbanização e revitalização do espaço, preferencialmente, transformar essa área do chamado distrito, que fica a margem do encontro das águas, num atrativo turístico que, além de atrair novos investidores, traria mais receitas para a Prefeitura. Hoje, o município só atua mediante convênios com os demais entes federativos.

EM TEMPO - E que outras expectativas o setor privado alimenta do futuro prefeito?

Nelson Azevedo - Na área onde estão as indústrias, gerando emprego e renda para 500 mil trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos, formaram-se aglomerações urbanas, bairros de classe B e C. Essas pessoas precisam dos requisitos básicos que qualquer tecido social exige: mobilidade urbana, segurança pública, equipamentos de saúde e educação, manutenção das vias públicas... . No Distrito II, área da Colônia Antônio Aleixo e Puraquequara, as crateras são lunares e o serviço público extremamente precário. Recursos são repassados, a contrapartida é que, frequentemente, vira miragem.

EM TEMPO - E qual é a saída para estes paradoxos e gargalos?

Nelson Azevedo - O grande jurista Ruy Barbosa dizia sempre que “...não há salvação fora da Lei”. Se está na Lei tem que ser cumprido. Infelizmente, temos que concordar nossa contribuição ou omissão empresarial perante esses problemas. O setor privado, que começa a assumir, um pouco mais, o protagonismo de quem paga a conta, precisa se redimir e exigir que os recursos gerados pelas empresas sejam aplicados conforme a Lei. Assim procedendo, as coisas tendem a mudar para melhor.

EM TEMPO - E o que você diria para os eleitores?

Nelson Azevedo - Como empresário, eu me privo de comentários políticos. Como cidadão, porém, não posso me omitir. O voto é a grande arma do cidadão. Nós não temos direito de reclamar dos políticos que não cumprem suas promessas. Nós temos que reclamar de eleitores desavisados, distraídos ou oportunistas. Somos nós que escolhemos o prefeito, o vereador, o deputado, o governador e o presidente da República. Se eles forem bons representantes é porque soubemos usar o poder do voto. Se eles forem um fracasso os verdadeiros responsáveis somos nós que os elegemos.

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