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Epidemia de Coronavírus pode impactar insumos do Polo Industrial de Manaus

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03/02/2020

Fonte: Acrítica

Jefferson Ramos

Se a China, onde ocorreram mais de 300 mortes, não conseguir conter a epidemia, a crise pode afetar o polo de Manaus, que importa 90%dos insumos do país asiático.

A epidemia de um novo subtipo de coronavírus na China, que já matou mais de 300 pessoas, obrigou o governo chinês a tomar medidas duras para controlar a situação, como quarentena e isolamentos de cidades industriais.

Essa crise de saúde pública pode chegar a Manaus, não na forma da infecção, mas impactando na rotina do Polo Industrial de Manaus (PIM). Pois a matéria prima da maioria dos produtos do Polo é oriunda do país asiático, e problemas na produção das empresas do distrito industrial poderão ser sentidos.

Se o vírus não for contido nas próximas semanas, a expectativa é que o governo chinês restrinja a aglomeração de pessoas evitando retomar as atividades nas fábricas. A medida pode afetar a chegada de componentes eletrônicos e afetar as vendas no comércio, no futuro, conforme disse o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.

No entanto, a possibilidade de isso acontecer neste momento é pequena, uma vez que as fábricas contam com estoques e algumas remessas de insumos ainda estão em trânsito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quinta-feira que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Ainda na segunda, 27, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu um erro na avaliação inicial sobre os efeitos do coronavírus.

A organização passou a classificar o risco do recente vírus como "elevado", e não mais como "moderado".

Turismo

A Amazonastur informou por meio de nota que ainda é muito cedo para emitir qualquer ligação prejudicial entre o coronavírus e o turismo para o Amazonas, e salientou que o Estado e a União vêm tomando medidas preventivas para evitar qualquer surto em terras amazonenses. A pasta não soube precisar o número de turistas chineses que visitaram o Amazonas no ano de 2019, mas adiantou que a China não está entre os dez maiores emissores de turistas para o Amazonas.

Os turistas asiáticos tendem a visitar o estado geralmente a partir do segundo semestre. O percentual de turistas da Ásia corresponde a 3% do volume de turistas.

Sobre a expectativa dos protocolos da Anvisa nos aeroportos e portos do Brasil, Amazonastur informou que estará apta para auxiliar os órgãos de saúde no que for competente as suas obrigações legais.

Contágio

O infectologista Marcus Fernandes do Instituto de Infectologia de Manaus explica que a forma de contagio pelo coronavírus é similar ao vírus da gripe comum e alerta que a estação de inverno em progresso atualmente no Amazonas pode ser um fator de proliferação do coronavírus.

“Geralmente o vírus é igual ao vírus da gripe, contato respiratório e de contato (com a pessoa infectada), toda vez que as pessoas tossem na mão, por exemplo, e a mão encosta-se a algum lugar, elas estão espalhando o vírus. Também quando elas falam, quando elas tossem em lugar público, então é muito parecido ao vírus da influenza”, explica Marcus.

O infectologista esclarece que o coronavírus pode ser transmitido por meio de contagio indireto, mas ele refuta a possibilidade de o vírus ser transportado em caixas ou contêiners “É muito difícil de isso acontecer porque o vírus geralmente se reproduz dentro das pessoas. Quando a pessoa encosta em uma coisa rapidamente, o vírus pode se espalhar por onde a pessoa tocou, dificilmente o vírus vai vir em caixas e contêiners. O período de sobrevivência do vírus fora do corpo humano é curto, não é algo que a gente deve se preocupar muito, não”, finalizou.

"Problema a longo prazo": o comentário de Wilson Périco, presidente do Cieam

"A China é um grande fornecedor não só de produtos, mas de componentes eletrônicos para o mundo todo. No nosso caso aqui, do setor de eletroeletrônico, 90% dos insumos eletrônicos são importados, principalmente componentes e tudo mais e são oriundas, boa parte deles, daquela região com focos do vírus. Medidas do Governo chinês, de prolongar o feriado do ano novo chinês, evitar aglomeração, isso passa por evitar a retomadas das atividades nas fábricas, até que se tenha um controle, podem causar um desabastecimento destes componentes no mundo e na nossa região. E isso pode vir a afetar a atividade a longo prazo, não tem iminência de isso acontecer no curto prazo, por causa dos estoques das fábricas. Aqui, tem bastante matéria em trânsito ainda chegando, existe estoque que foi fabricado na China também e despachado. Agora se por um acaso, essa situação perdurar, e as atividades das indústrias chinesas tiverem impacto, isso pode afetar o abastecimento global, inclusive afetando a produção das empresas daqui"

Amazonas em estado de alerta

A Fundação de Vigilância Sanitária em Saúde do Amazonas (FVS-AM) negou, na segunda-feira, 27, que uma morte tenha ocorrido por coronavírus no Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto.

A FVS emitiu uma nota informando que no Amazonas não existe nenhum caso de incidência do vírus, que iniciou na cidade chinesa de Wuhan, metrópole com 11 milhões de habitantes.

Um Comitê Estadual, coordenado pela FVS, que vai contar com representantes da área de saúde das esferas federal, estadual e municipal vai balizar as ações de combate as sindromes gripais.

O comitê conta com representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), FVS-AM, Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Secretaria Municipal de Manaus (Semsa-Manaus) e Agência Nacional de Vigiância Sanitária (Anvisa).

Na manhã de quinta-feira, 30, a diretora da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, e uma equipe do órgão estadual estiveram no Aeroporto Eduardo Gomes para alinhamento de protocolos com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e empresas aéreas para identificação e condução de pacientes com suspeita do novo coronavírus (2019-nCoV).

A unidade de referência para onde serão encaminhados os casos é o Hospital da Zona Norte Delphina Aziz.

O hospital também será referência para pacientes que forem atendidos nas unidades da rede de saúde e apresentarem algum sintoma.

As transferências serão feitas via central de regulação do Sistema de Transferência e Emergências Reguladas, que interliga os hospitais.

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