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Mercado farmacêutico em alta no Estado do Amazonas

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31/01/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Antonio Parente

Mercado farmacêutico no Brasil registrou um faturamento de R$ 121 bilhões em 2019, com um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior. Os dados foram comparados com os 12 meses de 2018, quando o faturamento das farmácias no país foram de R$ 112,4 bilhões. No Amazonas, o crescimento foi de 20%, impulsionado pelo aumento do número de farmácias no mercado. Essencialidade dos produtos, confiança do empresário para investir e a melhora da economia estão entre os principais fatores que contribuíram para o cenário positivo.

De acordo com o presidente do CRF-AM (Conselho Regional de Farmácia do Estado do Amazonas), Jardel Inácio, a melhora da economia a nível nacional tem se refletido de forma rápida no Amazonas e elevado a confiança do empresariado local a investirem no segmento. Ele destacou, que em mesmo no período de crise econômica, o setor nunca deixou de crescer.

“O mercado farmacêutico é muito lucrativo por ser uma atividade que está alinhado à necessidade da população. No Amazonas houve um aquecimento muito grande com o crescimento das vendas. Além disso, muitas novas empresas abriram as portas. A melhora da economia contribui para a confiança do empresário em investir, o que proporcionou mais investimentos. Se o empresário tiver um bom processo de gestão e capital para investir o retorno é muito positivo”, disse.

A nível nacional, o levantamento divulgado pela consultoria IQVA mostraram uma atuação acima da economia nacional. Segundo a Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia) para 2020, a expectativa é de que o mercado deverá seguir no mesmo ritmo de crescimento.De acordo com o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, o desempenho do segmento mostra uma evolução muito acima do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que de acordo com projeções, deve ficar em torno de 1% a 2%.

"Isso já é motivo de comemoração mas, se comparado com os índices do mercado farma registrados em 2018, o crescimento foi ainda maior, sendo que esse havia sido de 5,4%", destacou.

Destaque associativista

Um dos grandes destaques divulgados pelo setor foi o crescimento de farmácias de redes associativas ligadas à Febrafar, que mostrou uma alta de 14,89% e um faturamento de R$ 11,9 bilhões para R$ 13,7 bilhões. A participação no mercado dessas redes vem mostrando um crescimento desde 2015 quando representavam 8,9% do faturamento do setor. Em 2019, esse faturamento atingiu a casa de 11,3%. Em 2019, a Febrafar fechou o ano com 56 redes e 9.863 PDVs (Pontos de Vendas), o que representa a presença em 51% dos municípios brasileiros. De 5.570, a rede se faz presente em 2.855 e 27 estados.

Tamascia explica, que um ponto observado nos dados do mercado é que o setor só vai mostrar um crescimento consistente em 2020, se as farmácias e drogarias entrarem em processo de profissionalização na abertura de novas lojas. Além disso, o uso do associativismo por parte dos empresários surge como uma importante alternativa de desenvolvimento e crescimento no setor.

"Pensar e executar tudo o que é necessário para prosperar no varejo farmacêutico exige tempo, dedicação contínua e muita atenção. O mundo dos negócios é extremamente complexo e tentar crescer de forma individualizada exige uma grande carga de esforço e tempo", explica.

"Vemos que as farmácias das redes associadas à Febrafar que estão utilizando as ferramentas de gestão disponibilizadas estão se destacando, pois passam por uma maior profissionalização, percebem como é o mercado e crescem acima da média", destacou.

Analise

Na análise do economista Farid Mendonça Jr, vários fatores circulam o contexto do crescimento acelerado do mercado farmacêutico no Brasil. Um deles está associado ao aumento do envelhecimento da população brasileira e a diversificação de portfólios dos produtos das drogarias, que estão cada vez maiores.

“Quanto mais o envelhecimento, maior é a demanda por medicamentos. E isso é natural e vai exigir uma demanda maior de remédios. O segundo motivo está associado a diversificação dos portfólios das farmácias e drogarias. Hoje em dia as drogarias não vendem apenas medicamentos. Lá você encontra também cosméticos, produtos de limpeza e até gêneros alimentícios. Então você acaba encontrando uma quantidade de opções maior”, explicou.

Farid destacou também o fator cultural que existe no país de pessoas que se automedicam sem recorrer a um especialista. Ele ressalta, que muitas das vezes a deficiência do atendimento do sistema público de saúde e ausência de um serviço particular adequado, levam as pessoas a buscarem por conta própria uma forma própria de resolverem seus problemas de saúde.

“Em países como Brasil e outros em desenvolvimento, você sempre tem a questão de resolver o problema de forma autônoma sem recorrer a um especialista. Tem também o lado de que grande parte da população não tem acesso aos planos de saúde privado, e precisam recorrer ao SUS. E sabemos que o serviço do SUS não é bom. Com isso, as pessoas buscam uma forma de amenizar seus problemas se automedicando. E mesmo as pessoas que são atendidas, nota-se de forma geral, que o que mais os médicos gostam de fazer é prescrever medicamentos. Mal a pessoa chega e já é prescrito uma medicação, sem um exame aprofundado, pois sabemos que exames aprofundados demandam tempo e custos, e ninguém gosta de ter custos elevados. E isso induz o profissional a prescrever o medicamento. Então você percebe que existe todo um contexto cultural no Brasil que induz o alto consumo de medicamentos”, explicou.

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