13/04/2021
Antonio Silva
Presidente da FIEAM
E-mail:presidencia@fieam.org.br
Elaborada pelo Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pesquisa Indicadores Industriais (amostra de médias e grandes empresas no Amazonas) revela que, ao completar um ano de crise provocada pela pandemia Covid-19, não foi possível superar índices alcançados no período pré-pandêmico, com exceção da variável faturamento. Comparado ao mês anterior, o faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) em fevereiro cresceu 21,5%, superou em 72,9% o mesmo mês de 2020 e no bimestre ultrapassou o índice do ano passado em 52,1%.
Na variável emprego, o índice de fevereiro foi menor 1,8% em relação ao mês anterior, maior em 6% ao mesmo mês do ano passado e, no acumulado, superior em 8,7%. A utilização da capacidade instalada (UCI) daquele mês foi estável em relação a janeiro, com índice de 67,4%, porém menor em 14,9 pontos percentuais (p.p.), em relação a fevereiro de 2020 e 14,8 p.p. abaixo da média acumulada no bimestre em relação ao ano anterior.
Mas, o que interessa é a real situação presente. Atualmente as empresas da indústria enfrentam sérias dificuldades para obter insumos e matérias-primas nacionais e importadas. Segundo levantamento, 73% da indústria não conseguem o insumo necessário para a produção, mesmo pagando mais caro. Grande parte do problema foi agravada pela desvalorização do real, com o aumento do custo das importações de componentes.
O estágio atual da pandemia, com o agravamento em vários estados brasileiros, frustra as expectativas de normalização das cadeias produtivas nacionais para esse semestre. Conforme levantamento, 37% das empresas acreditam que a normalização vai ocorrer nos próximos três meses, 42% esperam melhora apenas no segundo semestre e 14% somente veem um cenário mais positivo em 2022.
Outro indicador preocupante é a forte redução do consumo de energia elétrica e de gás. As consequências desses obstáculos foram sentidas em fevereiro último, quando 45% das empresas industriais afirmaram ter dificuldade de atender parte da demanda.
No setor Informática, eletrônicos e óticos, por exemplo, a falta de insumos atingiu cerca de 50% das indústrias em fevereiro deste ano. Em novembro do ano passado, afetava 42% das empresas do setor. Apesar de todos esses problemas, continuamos dispondo de uma boa base para avançar, temos confiança e esperança na competência das nossas empresas, empresários e trabalhadores capazes de realizar grandes feitos quando desafiados.
Para termos condições de reaquecer nossa produção, dependemos fundamentalmente de maior controle da pandemia por meio do esforço do Governo para aumentar os estoques de vacinas e viabilizar o aumento do quantitativo da população imunizada. A batalha é muito árdua, precisamos continuar com a guarda alta para vencermos essa doença que atinge todas as classes, principalmente os menos favorecidos e indefesos.