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​[Artigo]: Os efeitos do aumento da Selic

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28/09/2021

Por Antonio Silva

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Com a economia brasileira fragilizada, estamos enfrentando uma excessiva inflação de custos, provocada principalmente pela crescente crise energética, aumentos de combustíveis, escassez de vários insumos industriais e pela elevação dos juros básicos aprovada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária Copom no dia 22 último.

O índice apresentado pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia, mais conhecido como taxa Selic, atingiu o nível mais alto desde julho de 2019, sendo o maior aumento feito pelo Banco Central BC em aproximadamente 20 anos Esse aumento nos juros básicos pune as empresas industriais, prejudica a atividade econômica produtiva, retrai o consumo da população e ameaça todo o esforço de recuperação do emprego e da produção que sofreu pesadas perdas, provocadas pela trágica combinação de desemprego, queda da renda, inflação e juros altos, em suma, uma contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19.

A elevação da taxa Selic diminui as possibilidades de recuperação econômica, eleva os demais índices do mercado, encarece e reduz drasticamente a oferta de crédito, fatores que se acumulam ainda aos problemas provocados pela subida dos preços de combustíveis e alimentos Estamos, assim, diante de um processo comparável a uma bola de neve, ou seja, fatos que provocam crescimento da inflação, que leva as famílias a reduzir o consumo, a indústria a conter seus volumes de produção, em face do aumento vertiginoso dos custos, resultando por fim na redução de capital no mercado e, consequentemente, na menor oferta de empregos.

A queda na oferta de produtos, em parte provocada pela falta de componentes em alguns setores e, concomitantemente, com o aumento da demanda represada durante a pandemia, provoca o aumento de preços, ou seja, a inflação que, para ser controlada, necessita muito mais do que apenas a alta da Selic, exige necessariamente medidas mais amplas, profundas e estruturais.

Para a Zona Franca de Manaus ZFM, o aumento da taxa Selic resulta em mais um entrave que prejudica o empresariado aqui implantado, provoca o encarecimento do capital de giro, dos custos de produção, do financiamento das importações, reduz os investimentos e a produção, além de aumentar o desemprego Precisamos estar atentos para que esses fatos não se agravem em demasia e venham provocar uma crise de desindustrialização, capaz de destruir a capacidade de produção e a competitividade da ZFM.

Para superar essas barreiras, todos têm que estar focados em soluções que somente serão possíveis se constarem no bojo das reformas tributária e administrativa, que continuam sendo decisivas para a economia de toda a região amazônica e do futuro do modelo de desenvolvimento adotado A ZFM, apesar de todos os contratempos, não pode perder sua atratividade, que é de grande importância para o crescimento econômico e social da Amazônia Ocidental Precisamos nos unir para superar essa fase de grandes adversidades e incertezas.

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